Assaltos com morte, estupros e roubos de carga crescem em SP

30/01/2009 - 16h08

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O latrocínio (roubo com morte das vítimas) foi o tipo de crime que mais cresceu no estado de São Paulo, no ano passado, com o registro de 267 ocorrências, 21,4% a mais do que em 2007. Em segundo, aparecem os estupros com 3.387 registros, 4,16% acima do ano anterior, e em terceiro os roubos de cargas (6.344) ou 2,45% superior a 2007.Os dados fazem parte do balanço estatístico da criminalidade feito pela Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e apresentado hoje (30) pelo coronel Daniel Rodrigueiro, subcomandante geral da Polícia Militar, e pelo delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Paulo Bicudo. Nas demais modalidades de crimes (o balanço é composto de uma lista de 13 tipos de crimes), as variações foram negativas. Os casos de homicídios dolosos (em que as mortes foram causadas intencionalmente), por exemplo, caíram 10,05%.O coronel Daniel Rodrigueiro atribuiu o aumento da violência no caso dos roubos seguidos de morte ao aumento da quantidade de armas nas mãos dos criminosos. Ele defende maior rigor na vigilância das regiões de fronteira de onde considera ter origem o armamento cada vez mais sofisticado."Essas armas estão sendo apreendidas em rodovias estaduais, e isso é um indicativo de que essas armas estão sendo contrabandeadas. No nosso quintal, chamado estado de São Paulo, estamos, sim, fazendo um trabalho sério na tentativa de diminuir esses indicadores criminais.”Por trás de toda essa violência, segundo o coronel, estão as ações do tráfico de drogas. “Nossos policiais estão empenhados em prender mais armas e mais entorpecentes por que isso é o motor de propulsão do crime.”Ele lembrou que, na semana passada, a Polícia Rodoviária Estadual apreendeu um lote com armamento pesado de origem israelense e destacou que a ação dos policiais rodoviários no estado tem sido atuante, mas que “não basta enxugar o chão com a torneira aberta’”, referindo-se à necessidade de maior intensificação nas áreas de fronteira.O delegado Paulo Bicudo informou ainda que quase a metade dos casos ocorridos durante o ano passado (47,2%) foram esclarecidos. Quanto aos estupros, o coronel Rodrigueiro disse que a polícia não tem como agir de forma preventiva em crimes que acontecem dentro de casa. Por isso, ele recomenda que a população faça denúncias ao perceber diferenças no comportamento de crianças.