Intenção de compra cai em São Paulo, indica pesquisa da FIA

28/01/2009 - 13h08

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As vendas no comérciovarejista na cidade de São Paulo deverão ser menoresneste primeiro trimestre de 2009, na comparação com osúltimos três meses de 2008. Segundo a PesquisaTrimestral de Intenção de Compra no Varejo, do Programade Administração de Varejo (Provar) e Laboratóriode Finanças, da Fundação Instituto deAdministração (FIA), houve aumento de 26,2% para 33,4%no total de pessoas que não pretendem comprar em dezcategorias de produtos (linha branca, eletrodomésticos,telefonia fixa e celulares, informática, automóveis e motos,cine e foto, material de construção, cama, mesa ebanho, móveis e eletroportáteis).Além disso, oestudo feito em conjunto com a empresa de consultoria FelisoniConsultores e que entrevistou 500 pessoas, identificou queda nopercentual daquelas que declararam intenção de comprarde 7,2 pontos percentuais – baixando de 73,8% pra 66,6%.“ Os resultadosmostram que a crise [financeira internacional], gradativamente, vaidando sinais”, avaliou o coordenador da pesquisa, CláudioFelisoni. Ele afirmou que “o grau de confiança do consumidortem se modificado”, o que pode ser constatado pela queda na procurapor bens duráveis, que dependem de crédito. De acordocom as projeções apresentadas pelo economista, asvendas no comércio varejista no país devem recuar em2%.Ele informou, noentanto, que as quedas mais significativas na intençãode compras na pesquisa feita na cidade de São Paulo, ocorreramno segmento de telefonia celular, com diminuição de39,6%, seguida de produtos eletrônicos (38,2% a menos) einformática com (31,8%). Na avaliação dele, esserecuo está mais associado à sazonalidade. Essa falta dedisposição refere-se ao começo de ano, em que énatural haver diminuição na demanda, depois das festasde Natal e réveillon.Dos dez setoreslevantados, o de cine e foto lidera na intenção decompra (13,6%), seguido pela linha branca (geladeiras, fogões,máquinas de lavar), com 10,6%.A sondagem mostra aindaum aumento de 6,64% no universo de entrevistados que nãoplanejam fazer negócios pela internet. Do universopesquisado, 14,2% declararam a intenção de consumo,ante 21% no último trimestre de 2008. Na lista de produtos, osbrinquedos aparecem como os mais desprezados na escolha dosconsumidores com queda de 8,55%.A pesquisa indica, noentanto, que independentemente de eventuais efeitos da crisefinanceira sobre o comportamento desses consumidores, o quadro aindaé melhor do que o constatado no primeiro trimestre de 2008. Dejaneiro a março do ano passado, havia mais pessimistas(43,4%). “Mesmo com os impactos da crise, o percentual deconsumidores que não pretendem comprar é menor que o domesmo período de 2008”, destacou por meio de nota àimprensa o coordenador da pesquisa, Cláudio Felisoni.