Exigência de licença para importação já atinge empresas do Pólo Industrial de Manaus

28/01/2009 - 16h36

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A exigência de licença prévia de importação para produtos de 24 capítulos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) já está afetando a produção de algumas empresas do Pólo Industrial de Manaus, por causa da dificuldade em importar algumas peças. A informação é do diretor-executivo da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Flávio Dutra.“A restrição atingiu basicamente as empresas que utilizam o sistema de importação aéreo, que são as que têm a necessidade de ter mais rapidamente os insumos dentro da sua linha de produção. A medida pegou o pólo eletroeletrônico de Manaus quase como um todo”, afirma.Uma das empresas atingidas foi a fabricante de celulares Nokia. A assessoria de imprensa da empresa confirmou que houve paralisação em algumas partes da linha de produção na tarde de ontem (27), porque alguns componentes ficaram presos na alfândega de Manaus. A produção foi normalizada no final da manhã de hoje, mas o problema causará um atraso na entrega de pedidos de exportação que estava prevista para hoje, mas deve ser feita apenas amanhã.Segundo Dutra, a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) foi péssima para o Pólo Industrial de Manaus, que já tem um controle eficiente de suas importações e não precisaria ser atingido pela nova regra do governo. “Ao tomar uma medida que abrange todo o sistema de importação, o governo atingiu de uma forma igual setores que não deveriam ter esse tipo de tratamento”, critica.O diretor explica que a entidade já entrou em contato com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e com o governo do Amazonas para tentar remediar a decisão do governo federal. “Temos a expectativa que rapidamente possamos ter esse assunto solucionado porque isso é basicamente uma decisão política”, diz.Segundo a assessoria de imprensa do MDIC, não há previsão de mudanças nas exigências, nem mesmo a exclusão de produtos da lista já divulgada.Desde a última segunda-feira (26), o MDIC estabeleceu a exigência de licenças prévias para a importação de cerca de três mil itens, que representam 60% do valor das compras do exterior. A medida atinge produtos como cereais, têxteis, produtos de ferro fundido, ferro ou aço, móveis, brinquedos, instrumentos e aparelhos ópticos, aparelhos de fotografia e de cinematografia, instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos, malte, óleo diesel e bens de capital como máquinas, aparelhos e materiais elétricos, reatores nucleares, automóveis, tratores, aeronaves e aparelhos espaciais.