Cooperativas cobram do governo R$ 4 bilhões para capital de giro

28/01/2009 - 15h22

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reunião de amanhã (28) do Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá ser decisiva para a manutenção do crescimento do setor cooperativista do país, na avaliação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. O setor reivindica a aprovação de linhas de financiamento para capital de giro no valor de R$ 4 bilhões. Mesmo se o recurso for aprovado, as cooperativas devem crescer menos neste ano.Segundo Freitas, a crise econômica mundial restringiu o acesso a recursos para capital de giro. “Precisamos de R$ 4 bilhões de imediato para suprir as necessidades de capital de giro das cooperativas agropecuárias. Sem falar da necessidade de compensação tributária mais ágil e da liberação de recursos que estão acumulados nas cooperativas de crédito."De acordo com o presidente da OCB, hoje as cooperativas dispõem de uma linha de crédito com recursos do Tesouro, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), de R$ 300 milhões. Mas esse valor não é suficiente, segundo Freitas. “Não são benesses. É uma cobrança justa para o setor, que responde por cerca de 40% do PIB [Produto Interno Bruto]”, disse , acrescentando que o governo concedeu R$ 90 bilhões para os bancos com a redução do compulsório. Se aprovados pelo CNM,  explicou Freitas, os recursos saíram do Tesouro, por meio do BNDES, em duas linhas de crédito: Prodecoop e Cotas Parte, em que cada associado se responsabiliza por parte da dívida para capitalizar a cooperativa.Outra reivindicação das cooperativas é de que elas possam utilizar os crédito tributários oriundos das exportações e das operações no mercado interno para pagar outros tributos, como os previdenciários. Hoje, a legislação prevê que o crédito vindo do pagamento do  Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) só pode ser usado para quitação dos mesmo impostos.“Temos acumulado R$ 4,8 bilhões em crédito tributário, que são cheques do governo que temos nas nossas mãos e que queremos usar para pagar outros tributos. Isso também liberaria uma linha de capital de giro, já que acaba não sangrando o caixa das cooperativas”, argumentou Freitas.“Se tomadas essas medidas ou próximas delas, vamos conseguir crescimento do faturamento global em 10% para 2009”, disse o presidente da OCB. Em 2008, o setor teve incremento de 15%.