Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao decidir pela redução em um ponto percentual na taxa básica de juros, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, na opinião do economista José Luís Oureiro, reconheceu que errou em dezembro de 2008, quando manteve a taxa em 13,75% anuais. De acordo com Oreiro, que é professor da Universidade de Brasília (UnB), já havia elementos em dezembro que indicavam a necessidade de baixar a taxa. “O Copom, com essa decisão, está mostrando claramente que errou em dezembro quando decidiu não baixar os juros. O Copom também está reconhecendo que errou na avaliação do tamanho da crise financeira mundial. Os conselheiros subestimaram essa crise e avaliaram que ainda era cedo para se fazer um corte. Agora estão dando conta do tamanho dela”, afirmou Oureiro, surpreso com a decisão. O economista acredita que a redução em 1% é um avanço, mas não será suficiente para estimular o mercado com o objetivo de conter os efeitos da crise. “Era o mínimo que o Copom poderia fazer. O corte geral deveria ser de pelo menos 4%. Se o Copom continuar se reunindo a cada 45 dias, nesse ritmo só atingiremos esse patamar em seis meses. É um calendário muito lento”, disse o economista que participa também do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo federal. “Já existem propostas para que o Copom passe a se reunir mensalmente”, revelou.Ao analisar a ata do Copom de dezembro, Oureiro destacou que uma minoria impôs sua vontade sobre a maioria dos conselheiros que defendia a redução de 0,25% na taxa. “Trata-se de uma minoria que defende uma política monetária mais dura”, afirmou.