Números recentes da economia reforçam expectativa de queda dos juros

21/01/2009 - 14h11

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os dados recentes de queda no emprego, desacelaração do crescimento industrial e inflação em baixa reforçaram na última semana a expextativa de que o Banco Central volte hoje (21) a reduzir a taxa básica de juros Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), que reúne os diretores do Banco Central, iniciou em março de 2008 uma série de aumentos dos juros, que passou de 11,25%, há dez meses, para os atuais 13,75% ao ano.“Há um mês e meio, muitas pessoas  achavam que a inflação em 2009 ficaria acima da meta de 6,5% fixada pelo governo. E que o Banco Central deveria  flexibilizar as regras de inflação. Era um cenário muito pior. Hoje, quase todo mundo acha que vai dar para  fechar este ano em 4,5%, dentro da meta”, afirmou o economista Samuel Pessoa, da Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista  àAgência Brasil. Samuel Pessoa considera razoável um corte mais acentuado, de até um ponto percentual, mas ponderou que o mais provável é que ocorra uma redução em torno de 0,75 ponto percentual. A pesquisa semanal do Banco Central com 100 analistas do mercado financeiro aponta uma provável queda de 0,5 ponto percentual na reunião do Copom de hoje. O economista Paulo Sergio Souto, novo presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon/RJ), avaliou que a redução na taxa básica de juros  não trará efeitos benéficos ao país caso não seja seguida de outra reduções posteriores. Segundo ele, o Banco Central tem sancionado posições estabelecidas pelo mercado bancário e financeiro que já teria emitido sinais favoráveis à redução dos juros. O presidente do Corecon/RJ acredita que o governo deveria ir além da definição da taxa de juros e pensar em mundanças mais substantivas de política econômica para estimular a produção e o emprego internos. Segundo ele, os juros altos no Brasil incentivam as aplicações dos investidores nacionais e internacionais em títulos da dívida pública. “Nós, de fato, precisamos de um processo que leve essa taxa a patamarescivilizados, que estimulem o empresariado privado a tomar dinheiro parainvestir na produção”, disse.