Manifestantes pedem corte nos juros em frente ao BC

21/01/2009 - 12h38

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 100manifestantes de centrais sindicais de trabalhadores protestaram namanhã de hoje (21) em frente à sede do Banco Central afavor de um “corte drástico” nos juros. A manutençãoda taxa de 13,75% ao ano será decidida à noite, durantereunião do Comitê de Política Monetária(Copom). A manifestaçãocom faixas, carros de som e fantasias, ocorre hoje em Brasília e nasnove sedes regionais do Banco Central. O presidente da Central Únicados Trabalhadores (CUT), Artur Henrique dos Santos, disse que "épreciso responsabilidade social" dos membros do Copom. Eleindica a redução da expectativa da inflaçãocomo mais um motivo para o Banco Central reduzir os juros. Segundoele, é preciso "um corte ousado, drástico, paraenfrentar a crise financeira internacional e suprir a necessidade decrédito e investimento no país capaz de gerar rendapara a sociedade brasileira".Ele calcula que o cortede 1 ponto percentual na taxa Selic representaria R$ 15 bilhõesa mais de recursos circulando na economia. Artur Henrique criticouainda o spread bancário (custo de intermediaçãode empréstimos) e disse que os bancos públicos (CaixaEconômica Federal e Banco do Brasil) "devem ser osprimeiros a favorecer o baixo custo do dinheiro". O secretário-geralda Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr RobertoTesch Auersvald, disse acreditar "no bom senso do governo Lulapara que a composição do governo não tenha umposicionamento diferente quanto ao patamar de juros que deve serpraticado". Moacyr Roberto defende "que o Banco Centralolhe para o povo e siga o discurso de Lula pois o juro alto éincompatível com soluções para a recessãoe o desemprego, enquanto os banqueiros continuam tendo lucros altos".O presidente regionalda Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) para o DistritoFederal e entorno, Waldyr Ferreira, disse que o Banco Central pratica"uma política de capachismo a serviço das grandescorporações internacionais" e acentuou que ainstituição "não executa uma políticacondizente com o que presidente Lula prega". A manifestaçãoem frente ao BC envolveu faixas que faziam desafios à quebrade juros ou a saída do presidente do Banco Central do cargo,pensamento que foi insistido nos discursos da maioria dossindicalistas que falaram sobre o carro de som, que tocava músicasde carnaval, com o lema "O Carnaval do Juro Baixo". Ummanifestante usava uma mascara do ministro da Fazenda, Guido Mantegacom os dizeres: "Desemprego? Não estou sabendo! estava deférias".