Chuva no Rio não impede manifestação contra demissões e pela redução dos juros

21/01/2009 - 17h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Achuva intensa que cai na cidade não impediu hoje (21) arealização de manifestação contra as demissões e pela redução da taxa básica de juros (Selic). Osmanifestantes, que distribuíram panfletos na Central do Brasil e naEstação das Barcas, pretendem repetir o gesto amanhã(22), no TerminalRodoviário de Niterói e, sexta-feira (23), na CompanhiaSiderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. “O trabalho éconjunto, e o interesse é comum”, afirmou a diretora daForça Sindical no Rio de Janeiro, Vera Motta. Com a  manifestação, as centrais "dizem não aodesemprego”, acrescentou José Carlos Moreira da Silva, também diretor da Força Sindical no estado. Segundo ele, os trabalhadores defendem o corte de “pelo menos” dois pontospercentuais na taxa de juros, que atualmente é de 13,75%, paragarantir os empregos. Ostrabalhadores aceitam a redução da jornada, mas semredução salarial, acrescentou. “Esses seriam os dois grandesobjetivos dessa manifestação.”A Central Únicados Trabalhadores (CUT) não participou da manifestaçãono Rio por discordar do processo deacordo iniciado pela Força Sindical com a Federaçãodas Indústrias de São Paulo (Fiesp), após acrise financeira internacional. “São propostas diferentes emrelação à questão da crise”, afirmou opresidente interino da CUT, Darby Igayara. Ele informou, porém,que a CUT também programou, para 11 de fevereiro, uma grande mobilizaçãonacional contra as demissões e pela redução dataxa de juros. Silva disse que a CUT também aceita a reduçãoda jornada, mas sem diminuição de salários. “A saída tem que serconstruída, dialogada, negociada [com os empresários].Não dá para passar trator, demitir todo mundo, atéporque temos uma avaliação muito clara de que hámuitas empresas surfando nessa onda. Tem crise? Então,vamos demitir, vamos arrochar salário. Não é poraí”, enfatizou o sindicalista. De acordo com ele, há muitaempresa com gordura para queimar porque lucrou muito. Um exemplodisso seriam os bancos: “Banqueiro lucrou, lucrou. Não podeestar falando em demitir.”A CUT/RJ vai encaminhar ofíciotambém ao governo estadual para que este se manifeste sobrecomo vai contribuir para a geração de emprego e rendano estado, para evitar demissões. “É responsabilidadetambém do governo”. Darby Igayara afirmou que, assim, a CUTvai trabalhar a questão da crise e construir uma grandeatividade no Rio de Janeiro.