Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - OBrasil vai voltar a ser palco do maior encontro da sociedade civil emovimentos sociais do planeta. A partir do próximo dia 27, Belém,capital do Pará, vai abrigar a nona edição do Fórum Social Mundial edeve reunir 120 mil participantes, de acordo com a organização doevento. Os investimentos na cidade para a reunião devem chegar a maisde R$ 100 milhões. Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004, pela Venezuela, em 2006, peloQuênia, em 2007, e no último ano não teve um epicentro, com arealização de eventos simultâneos em 82 países.Até a última sexta-feira(16), as inscrições para a edição de Belém passavam de 82 mil, segundoum dos articuladores do Fórum e organizador da etapa 2009, CândidoGrybowski. “Acredito que vamos chegar aos 120 mil. As pessoas que moramna cidade fazem a inscrição na hora. Belém já está no clima do Fórum.É um espaço aberto, nós não queremos muralhas como nas reuniões do G8,que nos protege do lugar onde estamos. Nós queremos integração com acidade.”Estão previstas mais de 2,6 mil atividades, a maioriaauto-gestionadas – organizadas pelos próprios participantes. Asassembléias, oficinas, cerimônias, atividades culturais e os semináriosserão concentrados nas Universidades Federal do Pará (UFPA) e FederalRural da Amazônia (UFRA), mas devem tomar as ruas de Belém, como nacaminhada de abertura, prevista para a tarde do primeiro dia do Fórum. Consideradoo principal contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que aconteceráparalelamente em Davos, na Suíça, o FSM não deverá concentrar adiscussão apenas sobre a crise financeira internacional. Também estarãona ordem do dia as crises ambiental e de segurança alimentar, quejustificam inclusive a escolha de uma sede amazônica para o Fórum,segundo Grzybowski.“Por causa da crise climática, decidimosrealizar o Fórum no lugar que é grande patrimônio mundial. A Amazôniaestá no centro desse debate e não pode ser vista como um poço de gáscarbônico. Queremos mostrar que é um território humanizado, cheio dealternativas. Assim como Chico Mendes mostrou o lado social da Amazôniaao mundo, vamos expressar o socioambiental, que é o grande desafio”,apontou. Definido como um evento apartidário e sem ligação comgovernos, o FSM não deixa de ser uma oportunidade política, e não serádiferente em Belém, principalmente para as lideranças regionais. Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a ida ao Fórum, edeve encontrar os colegas de continente Hugo Chávez, da Venezuela, EvoMorales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e a chilena MicheleBachelet.