Sem CUT, sindicatos e Fiesp discutem redução de jornada como forma de garantir emprego

13/01/2009 - 19h49

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Para enfrentar a crise econômica mundial, sindicatos, centrais sindicais e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) iniciaram na tarde de hoje (13) – sem a presença da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior do país – uma  série de reuniões para tentar fechar um acordo que permita colocar em prática alternativas, previstas na lei, nas relações de trabalho.Entre estas alternativas, estariam a redução da jornada de trabalho, com remuneração proporcionalmente menor. A contrapartida para os sindicatos seria a garantia de emprego.“Nós estamos dispostos a negociar alternativas que estão dentro da legislação. Não vamos inventar nada, nós vamos usar o que está na legislação para que a gente possa fazer algum entendimento para não demitir, para garantir os empregos”, explicou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.De acordo com ele, as outras alternativas que serão discutidas são: férias coletivas, licença remunerada, banco de horas, suspensão do contrato de trabalho.As reuniões vão ocorrer até o próximo dia 22, quando está previsto que um acordo seja anunciado na sede da Fiesp, em São Paulo.“A lei está prevendo uma série de iniciativas que podem ser feitas. Não precisa flexibilizar a lei, não precisa criar nova lei. Nós vamos começar pelo que é mais fácil, pelo que está na lei. Podemos fazer desde que haja entendimento [com os sindicatos]. Então, o que nós precisamos pregar é o entendimento”, disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaff.A CUT não aderiu às negociações por não concordar com medidas que reduzam o salário dos trabalhadores. “A CUT não vai participar de uma reunião que tem como ponto de partida a redução de salários atrelada à redução da jornada, suspensão de contratos e flexibilização de direitos”, disse, em nota, o presidente da central, Artur Henrique.“A Central Única dos Trabalhadores reafirma que a luta pelo emprego deve ter como princípio a garantia de manutenção das vagas sem flexibilização dos direitos, nem redução de salários. A saída para a crise passa pela geração de novos empregos, com a necessária redução drástica das taxas de juros e o fim do superávit primário”, diz o texto.