País terá plenitude industrial com fabricação de urânio enriquecido, diz diretor da INB

13/01/2009 - 19h03

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Para o diretor de Produçãodo Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares doBrasil (INB), Samuel Fayad Filho, a “plenitudeindustrial” na fabricação de urânio enriquecido, que será alcançada a partir de fevereiro, “vai agregar valor" ao minério dando ao país, um grande diferencial. “Possuímos uma grande reserva de urânioe se um dia quisermos exportar, venderemos o produto com valoragregado máximo porque nós já dominamos todo oprocesso industrial”, projeta o diretor.O enriquecimento do urânio constitui a separação de partículas dochamado urânio natural e o aumento das partículas queproduzem energia,  tranformando-o em urânio 235. O ciclo do combustível éiniciado com beneficiamento do urânio (retirado de Caetité,na Bahia) tornando-o um concentrado (uma pastaamarela conhecida como “yellow cake”). Até hoje, aprodução no Brasil se limita a essa etapa.Oconcentrado de urânio é transformado, no Canadá,em gás (chamado “UF6”), que é enviado a umconsórcio de empresas anglo-germânico-holandêsonde as partículas de urânio são separadas pormeio de processamento em ultracentrífugas. Apóso enriquecimento, o gás é reenviado ao Brasil etransformado em pó que será comprimido em pastilhaspara alimentação dos tubos de combustível dosreatores nucleares onde gerará energia térmica e,posteriormente, energia elétrica.Conforme SamuelFayad Filho, há previsão de construção deuma nova fábrica de equipamentos para ultracentrifugaçãoaté 2015, o que permitirá o aumento da produçãode urânio enriquecido, inclusive para abastecer a usinaprojetada de Angra III.O Brasil extrai e beneficia 390toneladas de urânio ao ano e é considerado a sexta maiorreserva do minério no mundo. Nos próximos anos, umanova mina deverá ser explorada em Santa Quitéria (CE).A energia nuclear equivale a 2% da matriz energéticabrasileira.