Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A indústria da moda do Brasilperde por ano cerca de R$ 6 bilhões com a pirataria de seusprodutos no exterior. A estimativa é do Instituto Nacional dePropriedade Industrial (INPI) que participa, a partir de hoje(13), da bolsa de negócios da Fashion Rio, feira de moda queestá sendo realizada na Marina da Glória, na zona suldo Rio de Janeiro.De acordo com o presidente do INPI,Jorge Ávila, em entrevista à Agência Brasil,a presença do órgão no evento tem o objetivo de,através de palestras, alertar os empresários do setorsobre a importância de patentear suas criações etecnologias. Ele disse ainda que o número de marcasdepositadas pelo Brasil no exterior é muito pequeno “frenteo potencial da economia brasileira”.Segundo o presidente do INPI, onúmero reduzido de registros de marcas e patentes é fruto dadesinformação do empresariado, principalmente dosmicros e pequeno empresário, que desconhecem a importânciada patente para a proteção de seus produtos.“Essenúmero é pequeno porque a indústria brasileiraainda não conhece adequadamente o sistema de propriedadeindustrial e não está tirando dele o maior valorpossível”.Jorge Ávila afirmou que afalta de proteção torna os produtos brasileirosvulneráveis à pirataria.“Se você nãoproteger a sua marca lá fora, não pode nem acusar ocara de ter te pirateado. Ou seja, tecnicamente, só ocorrepirataria quando alguém viola uma marca protegida. Se vocêdeixa de proteger, a pessoa que copiou não estácontrariando nenhuma lei, porque a marca não estáprotegida nesse país”, disse.O presidente do INPI revelou quepretende levar a outros segmentos da indústria nacional asinformações sobre o registro de marcas e desenhos epara obtenção de patentes no Brasil e no exterior. Jáestão definidas ações nos segmentos de jóias,couro e calçados.Na área de design, aatuação dos técnicos do INPI se voltará,numa primeira etapa, para os pequenos empresários do setor demóveis, utensílios domésticos, mármores egranitos, revestimento e novos materiais. O mesmo se aplica a setoresque mesclam design com tecnologia, como auto-peças etoda a cadeia automotiva, onde é essencial a proteçãoda inovação tecnológica, por meio de patentes,destacou Ávila.Dados da assessoria de imprensa doINPI mostram que em 2006, por exemplo, os pedidos de marcasbrasileiras, na Europa, somaram apenas 327, dos quais 73 foram feitosna China e 36 na Austrália. No mesmo ano, foram registradas94.660 marcas no Brasil. Em relação ao design industrial,o país efetuou 291 depósitos nos Estados Unidos, em 2006,ocupando o 25% lugar no ranking geral, atrás de paísescomo Israel, Cingapura e Luxemburgo.