Economista orienta investidor a agir com prudência e cautela diante da crise

29/12/2008 - 9h51

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Agir com prudência e cautela é o conselhodo economista Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundialda Fundação Getulio Vargas (FGV), para investidores neste período de crise financeira. “Quando há incerteza,o melhor conselho é a prudência, a cautela. Ou seja,evitar operações de elevado risco”, disse Langoni, ementrevista à TV Brasil.Para ele, a ordem é buscar mercados quetenham maior liquidez com um retorno menor, porém, maisseguro. “Isso explica, aliás, essa tendência observadadesde meados de 2008 de uma realocação de recursos domercado acionário para aplicações em outrosfundos de investimentos: caderneta de poupança, títulosdo Tesouro brasileiro, que oferecem um retorno menor, mas com maiorliquidez e segurança”, exemplifica.Langoni diz que há pessoas quepodem até se beneficiar em um momento de crise, mas salienta que, mesmo assim, é necessário ter prudência e escolherbem como aplicar o resultado da poupança. “O indivíduo que acumulou poupançae que tem liquidez pode até se beneficiar, pois será ummomento de queda de preços, de ativos, tanto em mercado derisco como nas ações de grandes empresas brasileiras,hoje totalmente desalinhados de seus fundamentos, de suas tendênciasde mais longo prazo. São empresas muito sólidas, masque estão sendo penalizadas pela fuga de capitais.”Para o economista, há outros ativos,inclusive imóveis, que, provavelmente, devem apresentar queda de valor. “Automóveis vão sofrer descontos,inclusive os usados. Então, para o indivíduo queacumulou poupança e tem um recurso para aplicar, pode surgiroportunidade interessante para gastos ao longo de 2009”, destaca.No caso de empréstimos, a cautela deve serainda maior, segundo ele. “O que não é aconselhável éuma atitude de endividamento irresponsável, porque o custodesses empréstimos deverá ficar bem elevado, os prazos[devem ficar] mais altos e é preciso ter cautela e prudência para nãoentrar no círculo vicioso de endividamento, que cria,inclusive, dificuldade e tensões desnecessárias.”