Falta de crédito amplia efeitos da política monetária, diz Copom

18/12/2008 - 10h13

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central considera que afalta de crédito, por conta da crise financeira internacional, ampliaos efeitos dos juros básicos (Selic) altos, usados para controlar ainflação. Segundo o colegiado, esse fator contribui para trazer ainflação de volta à meta central de 4,5% “já em 2009”. A informaçãoconsta da ata da última reunião do Copom, divulgada hoje (18). OCopom também avaliou outro fator que leva à redução da inflação.Segundo a ata, diminuiu a preocupação do colegiado com o descompassoentre oferta e demanda, ou seja, procura por produtos e serviços acimada capacidade de oferta no momento. O comitê avalia que “aprobabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadasvenham a apresentar riscos para a trajetória da inflação" possa estardiminuindo. Por outro lado, segundo a ata, nas atuaiscircunstâncias de crise financeira internacional, “existe o risco deque os agentes econômicos passem a atribuir maior probabilidade de queelevações da inflação sejam persistentes", o que reduz aeficácia da política monetária. Para o Copom, se adesconfiança de consumidores e empresários persisitir “o dinamismo daatividade [econômica] passaria a depender crescentemente da expansão damassa salarial real e dos efeitos das transferências governamentaisesperadas para este e para os próximos trimestres”.O Copomconsidera que taxas de inflação elevadas diminuem os horizontes deplanejamento das famílias e empresas e, conseqüentemente, reduzem opotencial de crescimento da economia, “além de ter efeitos regressivos sobre a distribuição de renda”.Na reunião do Copom, realizada nos dias 9 e 10 deste mês, o colegiado decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, apesar de ter analisado a possibilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual. A próxima reunião do Copom será realizada nos dias 20 e 21 de janeiro de 2009.