Empresários de material de construção querem ser incluídos em medidas contra crise

18/12/2008 - 12h20

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os proprietáriosde lojas de material de construção querem ser atendidospelas medidas que estão sendo elaboradas pelo governo paraestimular a construção civil, principalmente o segmentopopular. Eles querem serincluídos na Resolução 3.422 do Banco Central denovembro de 2006 que alterou as regras sobre as operaçõesde microcrédito destinadas à população debaixa renda e a microempreendedores.Atualmente, 2% docompulsório dos bancos sobre os depósitos àvista são destinados ao microcrédito, mas esse setorreclama que os recursos não têm sido usados totalmente,o que abriria espaço para atender o setor de material deconstrução. Segundo a senadora Ideli Salvatti (PT-SC),ao incluir o segmento da construção civil, o governopoderia ajudar a aquecer também o comércio. Outra reivindicaçãodos empresários é o fim da exigência de umavalista ou fiador para os empréstimos do Contrucard da CaixaEconômica Federal, que ampliou recentemente o teto do valorfinanciado para R$ 25 mil. A senadora entende que osmicroempreendedores do setor estão na faixa de rendimentos deaté R$ 1,8 mil e por isso têm dificuldade para esse tipode garantia. A sugestão é que as lojas passem a ser agarantia dos empréstimos, como forma de flexibilizar oprograma."É loja debairro. Conhece quem é cliente e funciona na caderneta. Setiver a permissão para acessar o Construcard, depois faráisso para seu cliente", disse a parlamentar. A senadora IdeliSalvatti esteve hoje (18) com o Secretário de PolíticaEconômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, queelabora junto com a Casa Civil os estudos para estimular o setor daconstrução civil diante da crise financeira. As medidas devem ser anunciadas em janeiro. Participou do encontro tambémo presidente da Associação Nacional dosComerciantes de Material de Construção, CláudioElias Conz.Ele apresentou aosecretário um estudo do Latin Panel que pesquisou 8,2 milresidências e constatou que 77% precisam de algum tipo dereforma, sendo que 39% declararam que certamente farão essasreformas."Tem um potencialmuito grande para expandir no sentido de material de construção,pois a lata de tinta e o saco de cimento não se movem sem opintor e pedreiro. Além de movimentar a cadeia produtiva comoum todo, ele precisa da mão-de-obra", afirmou CláudioConz para mostrar a capacidade que a medida tem para provocar oaumento da renda.O representante daAnamaco lembrou ainda que 23% do consumo de cimento e tinta sãodas construtoras, sendo que esse porcentual representa bem menos oque vende as lojas de material de construção que chegama 77% ."Às vezes,a gente fica falando em construção civil é ficasó no macro. E esse macro é 23%. O restante se dánas 138 mil lojas do setor, que estão em todos os municípios,para apoiar a construção autogerida, que équando o sujeito toma a iniciativa e ele mesmo faz".