Empresas aéreas descartam possibilidade de greve no Natal

08/12/2008 - 22h18

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As empresas de transporte aéreo não acreditam que aeroviários e aeronautas entrem em greve no Natal, segundo informou hoje (8) a assessoria do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea). De acordo com a entidade patronal, as negociações trabalhadores vêm avançando satisfatoriamente.

Questionada se as companhias concordam em conceder o reajuste salarial de 10% reivindicado pelos trabalhadores, a assessoria limitou-se a explicar que a negociação envolve vários outros itens, de forma que, mesmo que o aumento fique abaixo do que pedem os empregados, a atualização de outras cláusulas irá elevar seus ganhos e benefícios.

A assessoria do Snea evitou adiantar pormenores da contra-proposta que irá apresentar na reunião de amanhã (9), no Rio de Janeiro, na qual a entidade irá representar os empregadores. Segundo o sindicato, as empresas estão convencidas de que, como em 2007, os negociadores chegarão a uma proposta satisfatória para as duas partes, sem que os usuários do transporte aéreo sejam prejudicados.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Fernando Galdino da Silva, confirma que há sim a possibilidade de uma “flexibilização” por parte dos trabalhadores, mas que isso vai depender da “boa-vontade dos empregadores”.

“Podemos negociar um aumento menor que 10%, mas isso só irá ocorrer mediante um avanço em outros ítens, como, por exemplo, o aumento dos pisos salariais de algumas funções e a concessão de cestas básicas para os aeronautas”, declarou Silva, não descartando a possibilidade de uma greve do dia 24 para o dia 25 próximo.

“Se houver boa-vontade dos empregadores, poderemos chegar a um acordo satisfatório. Caso contrário, a categoria já aprovou o indicativo de greve e há sim predisposição para paralisar as atividades”, concluiu o sindicalista.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, diz que qualquer que seja a oferta dos empregadores, terá que ser aprovada pelos trabalhadores em assembléias.

“Eles entendem que a reposição das perdas [devido à inflação acumulada durante o último ano] e algum ganho real é o mínimo para valorizá-los profissionalmente. Também cobraremos a melhoria de outras cláusulas do acordo coletivo”, afirmou.Após recusarem a proposta anteriormente apresentada pelas empresas – reajuste de 5% este mês e mais 1,66% em julho de 2009 – as duas categorias aprovaram, na segunda-feira passada (1º), o indicativo de greve para o período de Natal. De lá para cá, os sindicatos dos trabalhadores começaram a distribuir nos principais aeroportos do país um documento alertando os usuários de transporte aéreo sobre a possibilidade de paralisação.