Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Técnicos do Instituto de Pequisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo recomendaram que os profissionais empenhados no resgate das vítimas das chuvas que atingem Santa Catarina e na reconstrução só revolvam a terra em áreas de encosta e margens de córregos em caso de extrema necessidade.Segundo o geólogo do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas do IPT, Marcelo Gramani, ele e os outros dois técnicos do instituto, que desde a última terça-feira (25) percorrem as cidades mais atingidas por enchentes e deslizamentos de terra, constataram que em muitas áreas ainda há risco de novos acidentes.“Recomendamos que não se mexa nesse material, a não ser que haja uma justificativa muito forte para isso. A simples observação do terreno mostra que ainda existe risco de novos deslizamentos. O solo está encharcado, inclusive o de encostas. O que tem ajudado um pouquinho é que as chuvas diminuíram”, afirmou Gramani por telefone.De acordo com o geólogo, a situação é “crítica” na maior parte dos locais visitados por técnicos do instituto. “São milhares de desbarrancamentos de encostas e o que nos impressionou foi a dimensão desses escorregamentos. Muitos deles atingem centenas de metros de largura por dezenas de metros de profundidade, tendo removido vegetação nativa”.Gramani reiterou o que o secretário do Conselho Estadual de Defesa Civil, major Emerson Neri Emerim, já havia dito à Agência Brasil: somente após todas as pessoas terem sido resgatadas e estarem à salvo e as chuvas terem parado será possível intensificar as buscas aos mortos.“No momento, pela situação, a ação fundamental é a remoção preventiva das pessoas que se encontram em áreas de risco [de novos deslizamentos]. As prefeituras estão atuando de outras formas, procurando restabelecer os serviços básicos. E o Corpo de Bombeiro está fazendo o trabalho de resgates, mas como o terreno ainda está instável, é tudo muito complicado”, comentou o major.Em nota, o Departamento Estadual de Defesa Civil informou que, após passar por Blumenau, o tecnólogo do IPT, Luiz Antônio Gomes, concluiu que, devido aos perigos que oferecem, cerca de 60% das áreas visitadas dificilmente voltarão a ser ocupadas.