Diferença de valor de tarifas bancárias chega a 350%, aponta Procon-SP

28/11/2008 - 21h13

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um levantamento feitopela Fundação Procon-SP apontou que um cliente pode gastaraté 350% a mais para realizar uma mesma operaçãofinanceira dependendo do banco do qual ele for correntista.Umatransferência entre contas de uma mesma instituição, por exemplo, pode custar de R$ 1 na Caixa EconômicaFederal e até R$ 4,50 no Banco Real, de acordo com o estudo divulgado hoje (28) pela entidade.Na pesquisa, foramapuradas as tarifas bancárias de dez instituições,vigentes desde o início deste mês. Os valoresconstatados também foram comparados com os de tarifas verificadasem um estudo semelhante, realizado pelo Procon-SP no final do mêsde abril.Para o assessor dedireção da Procon-SP, Diógenes Donizete, o levantamento permite chegar a duas conclusões: a primeira éque o valor das tarifas manteve-se relativamente estável nosúltimos seis meses; a segunda, é que o custo para manter umaconta varia muito de um banco para o outro e, por isso, os clientesdevem fazer pesquisas para economizar.“A economia éde mercado e o valor das tarifas não é tabelado”,afirmou Donizete, em entrevista à Agência Brasil. “Oconsumidor deve traçar seu perfil, saber o que ele precisa enão precisa, e procurar qual é a instituiçãomais vantajosa para ele.”Segundo o Procon-SP, ogasto mensal com o pacote padronizado de serviços constituídoconforme definido circulares do Banco Central pode variar 87,33% entre bancos. NaCaixa Econômica Federal, ele custa R$ 15, já noUnibanco, o valor cobrado é R$ 28,10.O Unibanco, aliás,foi o único banco que aumentou o valor desse tipo de pacote deabril para novembro. O banco, que cobrava R$ 26,50 pelos serviçosem abril, aumentou em 6,04% o custo do pacote.Apesar deste e deoutros aumentos, Donizete destacou que a situação estámelhor para o consumidor. Ele disse que a padronizaçãoda nomenclatura dos serviços cobrados e de algunspacotes básicos, por imposição do BC, tornaram ascobranças mais transparentes e acirraram a concorrênciaentre os bancos.“Se os bancos nãoaumentaram as tarifas neste momento de crise, parte disso édevido às mudanças promovidas pelo Banco Central”,concluiu o assessor. “Hoje, está mais fácil de ocliente pesquisar e comparar o valor das tarifas e os bancos sepreocupam com isso.”Procurado pela AgênciaBrasil para comentar a pesquisa, o Unibanco, que apresentou o pacote deserviços mais caro do levantamento, não havia se pronunciado atéa publicação desta reportagem.