Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aprodução agropecuária das regiões deSanta Catarina mais atingidas pelas chuvas já dá sinais de fortequeda. A Federação da Agricultura e Pecuária deSanta Catarina (Faesc), que vem fazendo o levantamento dos prejuízoscausados pelo excesso de chuvas em várias áreas doestado nos últimos 90 dias, afirma que as perdas da safra são“assustadoras”.Aslavouras de feijão são as que mais sofrem. A estimativaé de que, dos 70 mil produtores do grão no estado,cerca de 80% tenham sido prejudicados. A colheita de 150 mil toneladasprevista anteriormente pode cair pela metade, causando um prejuízode R$ 124 milhões, segundo a Faesc.Emseguida vem a cebola, com prejuízos estimados em R$ 100milhões. A informação da federaçãoé de que todos os 18 mil produtores de Santa Catarina foramatingidos e a produção prevista de 400 mil toneladasdeve ter quebra de 50%. A safra de arroz do estado, que poderiachegar a 1,1 milhão de toneladas, já foi reavaliadapara 935 mil toneladas, um prejuízo de R$ 96 milhões.
Estima-se que pelo menos 20% dasafra de fumo seja perdida no estado, representando R$ 48 milhõesa menos nas mãos dos fumicultores. O trigo, que teve suaprodução estimulada pelo governo federal e devia teruma colheita de 250 toneladas, terá perda de 20%, avaliados emR$ 23 milhões. Segundo a Faesc, os produtores de mel devemperder 50% de sua produção pré-estimada em 5 miltoneladas, um prejuízo de R$ 12,5 milhões.
A produção de leite teve a média diária reduzida em 10% e os 75 mil produtoresdo estado deixarão de arrecadar R$ 6 milhões. Ospecuaristas de gado de corte perderão R$ 5 milhões. Deacordo com a Ceasa, todos os produtores catarinenses de hortaliçasforam atingidos e o prejuízo deve chegar a 80%, ou cerca de R$1 milhão.
Já os agricultores de soja emilho tem um problema contrário. Eles já começama temer a falta de chuva em algumas regiões do estado onde nãochove há 15 dias. "O quadro é grave para aagricultura como um todo. Onde não há excesso, háfalta de chuva. Nesse momento, é muito difícil calcularo valor real do rombo, mas sabemos que é muito dinheiro",explicou o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri.