Governo se reunirá com sindicalistas para discutir fim do fator previdenciário

28/11/2008 - 17h24

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O fim do fator previdenciário será pauta de uma reuniãoque o ministro da Previdência, José Pimentel, terá com os representantes dascentrais sindicais no próximo dia 4 de dezembro.  O governo quer formar uma comissão de estudo com a participação dascentrais, para pensar propostas que minimizem o impacto da derrubada do fatorprevidenciário nas contas da Previdência.  Pela primeira vez, o governo aceita discutir o assunto, queé ponto de honra para as centrais, mas que não estava nos planos do governo. O ministroJosé Pimentel chegou a afirmar que o fim do fator previdenciário elevaria paraR$ 120 bilhões em 2050 os gastos com a Previdência, o que seria totalmenteinsustentável.  De acordo com o presidente da União Geral dos Trabalhadores,Ricardo Patah, a reunião foi pedida pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula daSilva, que, em um jantar com os sindicalistas, nesta semana, pediu ao ministroJosé Pimentel que formasse o grupo de trabalho e abrisse o diálogo com ostrabalhadores.  Uma das alternativas apontadas pelo governo, de acordo comPatah, é estipular uma idade mínima nas aposentadorias. “Vamos conversar sobreisso. Vamos levar alguns técnicos. O fim do fator previdenciário é um ponto dehonra para os trabalhadores e quanto a questão da idade mínima, vamos negociar. Se for emtorno de 60 anos, não podemos aceitar, mas se for por volta dos 50 anos,podemos até conversar”, adiantou Patah. A fixação da idade mínima seria umaforma de evitar aposentadorias precoces. “Quando falamos de trabalhadores da iniciativa privada jáexistem tantos fatores que não permitem que o trabalhador chegue a umaaposentadoria decente. São tantos os obstáculos que é muito difícil uma pessoater, por exemplo, 35 anos de trabalho para se aposentar com 100% dos vencimentos.Por isso, o fim do fator previdenciário é um ponto de honra para nós”, disse o líder sindical. O fator previdenciário é o mecanismo para o cálculo do valorda aposentadoria considerando o tempo de contribuição do trabalhador, sua idadee a expectativa de vida do segurado. Ele foi criado em 1999 para controlar ocrescimento das despesas previdenciárias em conseqüência do aumento daexpectativa de vida da população.  O seu fim também é objeto de uma proposta de autoria dosenador Paulo Paim (PT-RS), já aprovada pelo Senado e que tramita atualmente naCâmara dos Deputados. A proposta ainda precisa ser aprovada na Comissão deFinanças e Tributação e na de Constituição e Justiça, antes de seguir aoplenário da Câmara.