Movimentos sociais pedem garantias para emprego e renda durante a crise financeira mundial

26/11/2008 - 22h02

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Uma das principais reivindicações apresentadas hoje (26) pelos movimentos sociais que participaram do encontro com o governo federal, no Palácio do Planalto, foi a preservação do emprego e da renda dos trabalhadores, como forma de combater a crise financeira internacional.Durante o evento, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, também ressaltou a necessidade da redução dos juros e o fim do superávit primário. “Nós não estamos propondo irresponsabilidade fiscal, não estamos propondo gastança”, disse o sindicalista, explicando que a proposta é de que os recursos do superávit sejam destinados a investimentos em programas sociais e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).Pouco antes de ler a carta assinada por quase 60 entidades e movimentos sociais que foi entregue ao governo, a integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dos Santos, ressaltou que esta é a terceira vez que o presidente Lula convoca os movimentos. A primeira foi durante o escândalo do mensalão e a segunda, à época da eleição presidencial, quando o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) tinha chances de ganhar a Presidência. “Nós esperamos ser chamados também pelo governo para debater um projeto-nação, não somente daqui a dois anos”, reclamou.Outras reivindicações apresentadas durante o encontro foram a retirada das forças estrangeiras do Haiti, o cancelamento dos leilões de exploração do petróleo, a redução da jornada de trabalho e uma auditoria integral da dívida pública. Também foi solicitado ao governo que os bancos públicos não sejam utilizados para socorrer empresas privadas, especialmente bancos e que as empresas ajudadas garantam a manutenção dos empregos. “Nós não podemos utilizar dinheiro público para bancos ou empresas que vão demitir trabalhadores”, ressaltou Artur Henrique.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apresentaram as medidas tomadas para combater a crise internacional e um balanço das políticas sociais do governo federal. Esperado até o final do evento, o presidente Lula não compareceu, por causa da viagem que fez a Santa Catarina, para acompanhar a situação das cidades afetadas pela chuva no estado. A explicação da ausência foi dada pela ministra Dilma, que evitou comentar as manifestações dos movimentos pela sua candidatura à Presidência nas eleições de 2010.