Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívida líquida do setor público chegou, em outubro, a R$ 1,088 trilhão, o que corresponde a 36,6% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Segundo o Banco Central, esse foi o melhor resultado desde setembro de 1998 (36,5% do PIB).Em relação a setembro, a redução na dívida foi 1,6 ponto percentual. De acordo com o Banco Central, a desvalorização cambial no mês foi responsável pela redução de R$ 34,1 bilhões ou 1,1 ponto percentual do PIB.Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o único efeito da crise na dívida do setor público está na desvalorização do real ante o dólar, o que contribui para a redução do endividamento. "O [valor do dólar] ajuda, uma vez que a dívida líquida indexada ao câmbio é ativa", disse. Isso significa que o Brasil tem mais ativos do que dívida em dólar. No acumulado do ano, a redução da dívida foi de 6 pontos percentuais do PIB, com contribuição do superávit primário (economia que o governo faz para honrar seus compromissos, inclusive pagamento de juros) de 4,5 pontos percentuais, valorização do PIB (4 pontos percentuais), ajuste da desvalorizçaão cambial de 19,4% no acumulado do ano (2,1 pontos percentuais) e ajuste de paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (0,1 ponto percentual). A projeção do BC para novembro é de uma relação entre dívida e PIB de 35,7%. Quanto menor a relação entre dívida e PIB, maior a confiança dos investidores de que o país honrará os seus compromissos.