Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O sobe e desce das ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrado nos últimos dias é típico de um período de incertezas, avaliou hoje (24) o professor da Faculdade de Administração e Economia da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Keyler Carvalho. Segundo ele, a alta volatilidade das ações, comum em períodos de crise no Brasil, é novidade agora nos países desenvolvidos. “No Brasil sempre houve mais volatilidade que nos países desenvolvidos. Mas, agora, nós estamos assistindo que também lá está ocorrendo uma volatilidade forte”, disse em entrevista à Agência Brasil.Na última sexta-feira (21), o principal índice da Bovespa, o Ibovespa, despencou 6,45%. Hoje, no entanto, disparou e fechou a 9,4%.O professor explica que as incertezas dos investidores quanto à extensão da crise internacional faz com que o mercado opere de maneira extremamente sensível. Qualquer notícia sobre novos pacotes governamentais de combate à crise, por exemplo, causa, imediatamente, efeito sobre as movimentações financeiras. “Essa volatilidade vem ocorrendo porque quando todo mundo está pisando em ovos, qualquer notícia que sai em qualquer lugar do mundo, acaba gerando esses efeitos”, afirmou.Uma dessas notícias foi a ajuda financeira de US$ 20 bilhões ao Citigroup, destinada pelo Banco Central norte-americano. O anúncio foi feito na última sexta-feira (21).“Na sexta-feira, a Bolsa de São Paulo caiu e, no final do dia, quando foi encerrado o nosso pregão, foi anunciado que o Citigroup seria atendido pelo Fed [Banco Central dos Estados Unidos]. Com isso, a Bolsa americana subiu. Nós estávamos defasados porque sexta-feira estávamos em baixa, e a bolsa americana terminou em alta. Então, hoje, nós estamos recuperando um terreno perdido de sexta-feira”, disse.