Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um estudo realizado entre 1986 e 1990 pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), em parceria com o extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (Dnos), mostra que é possível evitar muitos dos problemas causados pelas enchentes no Vale do Itajaí (SC).O estudo foi repassado, na época, ao governo de Santa Catarina. A afirmação é do último diretor regional do Dnos no estado, Afonso Veiga. “Se o governo do estado tivesse dado sequência ao estudo, intitulado Plano Diretor sobre Controle de Enchentes no Vale do Itajaí, a situação não teria chegado ao ponto em que chegou”, garante.Entre as sugestões apresentadas no estudo, Veiga destaca a retificação e alargamento da calha do Rio Itajaí-Açu, de forma a facilitar o escoamento das águas; a construção de um canal artificial de 10 quilômetros ligando a cidade de Itajaí à praia de Navegantes; e propostas de soluções pontuais, como a proteção dos trechos da cidades localizados ao longo do rio.Atualmente ligado à Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) do estado, Veiga explica que tragédias desse tipo ocorrem em intervalos de 30 anos em Santa Catarina. “Sabia-se que isso ia acontecer, e sabe-se que acontecerá novamente”, disse.Extinto em 1990, o Dnos desenvolveu o estudo por saber que o Vale do Itajaí é uma das áreas que, historicamente, mais apresentam problemas de enchentes e deslizamentos no estado. “A parceria com a Jica se deve ao fato de os japoneses serem especialistas em combater esse tipo de tragédia tão comum em seu país.”