Cefets do Norte e Nordeste criam cursos profissionalizantes especiais para mulheres

24/11/2008 - 16h18

Amanda Cieglinski*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Capacitarprofissionalmente mil mulheres de baixa renda até 2011 éa meta de um projeto lançado hoje(24) em Brasília que está sendo desenvolvido pelo Ministério da Educação(MEC) brasileiro e o governo do Canadá. O projeto Mulheres Mil é voltado apopulações femininas em situação devulnerabilidade social e econômica. A profissionalizaçãoserá feita por meio de cursos oferecidos pelos CentrosFederais de Educação Profissional e Tecnológica(Cefets), elaborados de acordo com a demanda econômica de cada região.O projeto piloto começa com os Cefets dos estados do Norte eNordeste.No Cefet do Rio Grandedo Norte, a primeira turma de mulheres começa a estudar em março.O projeto desenvolvido lá é a Casa da Tilápia. Aregião é grande produtora desse peixe, mas o couro doanimal não era aproveitado. O projeto quer capacitar as mulheres para trabalhar no curtume e, futuramente, na exportação de produtos feitos a partir do material.“Elas vão podertrabalhar na customização, na confecção debolsas e acessórios, visando a exportação dessematerial que está sendo muito bem aceito”, explica IvannaFornari, coordenadora do projeto. O Cefet do estado vai atendermulheres de cinco assentamentos rurais. Além do couro datilápia, haverá programas de capacitaçãoem artesanato e produção de polpa de frutas.Na Bahia, as alunas queparticiparam da elaboração do projeto optaram por umacapacitação na área de hotelaria em funçãoda presença forte do turismo na cidade. Já em Recife (PE),as alunas receberão treinamento em culinária epretendem abrir um restaurante comunitário ao final do curso.O governo do Canadá,além de investir R$ 4 milhões no projeto, entra com oapoio instituicional e a experiência dos colleges, colégioscomunitários daquele país que possuem um formatosemelhante ao dos Cefets.“Esse acordorepresenta uma boa oportunidade de colaboração na áreade educação. Ele vai promover uma aproximaçãoentre as escolas brasileiras e canadenses. Os dois países vãoaprender a acompanhar essas mulheres que precisam de formação,educação e oportunidades de emprego”, explicou PaulHunt, embaixador do Canadá no Brasil. O investimentofinanceiro do lado brasileiro é de R$ 3 milhões atéo fim do projeto.Para ingressar em umCefet o aluno precisa ter o ensino fundamental completo, mas as alunas doprojeto Mulheres Mil não necessariamente passarampela educação formal. O diretor do Cefet do Rio Grandedo Norte, Belchior Oliveira, conta que elas estão muitaanimadas para voltar a estudar. Em parceria com a prefeitura, ocentro vai oferecer também a modalidade EJA(Educação de Jovens e Adultos) às alunas.“Isso é muitoimportante porque abre as portas da instituição parapessoas que não estão inseridas na sociedade. O Cefettrabalha com cursos de nível técnico e superior,mas nesse momento abre as portas para a capacitaçãoprofissional em nível básico. É um papel muitoimportante porque a função social da instituiçãoé cuidar da inclusão. É muito importante para odesenvolvimento do país, da região e de cada pessoaenvolvida no projeto”, defende.A idéia doprojeto piloto é criar nosCefets uma estrutura de atendimento permanente a essas mulheres.Segundo o secretário de Educação Profissional eTecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, as regiões foramescolhidas por terem maior “vulnerabilidade social”.