Amorim vê risco para mecanismo de crédito se Equador não pagar dívida com BNDES

24/11/2008 - 15h19

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou hoje (24) que o não-pagamento do empréstimo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo do Equador para construção de uma hidrelétrica coloca em risco o próprio mecanismo de financiamento da operação. O mecanismo usado foi o convênio de pagamentos e créditos recíprocos (CCR), para que a operação fosse financiada com juros mais baixos.A atitude do governo equatoriano põe em risco “o CCR, que nunca havia sido contestado. Isso é algo inédito e coloca em risco o próprio mecanismo”, disse o ministro. A Hidrelétrica de San Francisco foi construída no Equador pela empreiteira brasileira Norberto Odebrecht, em um consórcio com uma empresa daquele país. O consórcio recebeu financiamento do BNDES, mas o governo equatoriano se recusa a pagar a dívida, de US$ 243 milhões, alegando que houve problemas de funcionamento na hidrelétrica um ano depois da construção. Na última semana, o Equador acionou arbitragem internacional para não pagar a dívida.