Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em audiênciapública realizada hoje (31), na Assembléia Legislativa do Estado do Rio deJaneiro (Alerj), o secretáriode Administração Penitenciária (Seap),César Rubens Monteiro de Carvalho, disse que o governo do Rio não oferecia as condições básicasde segurança aos diretores dos presídios de segurançamáxima do estado. “O que houve atéagora foi muita demagogia sobre determinadas providências, queagora estão sendo efetivamente adotadas, agora, graças ao sangue docoronel [José Roberto Amaral] Lourenço”, disse o secretário ao comentar que,somente após o assassinato do diretor, foi assinado decreto determinando a escolta obrigatória de diretores de presídiosde segurança máxima. “Pela primeira vez o governo do estado está adotando algo sério”, comentou o secretário. A audiênciapública foi convocada pelas comissões de Defesa dosDireitos Humanos e Cidadania e de Segurança Pública eAssuntos de Polícia da Alerj. O objetivo foi apurar as circunstâncias doassassinato do diretor do presídio Bangu 3, tenente-coronelJosé Roberto Amaral Lourenço, no dia 16 deste mês,numa emboscada na Avenida Brasil, principal ligação docentro com as zona norte e oeste da cidade. Durante cerca de quatrohoras o secretário respondeu a perguntas dos membros dascomissões, que também apuram as denúnciasfeitas, na semana passada, pelo ex-subsecretário adjunto deUnidades Prisionais do estado, coronel Francisco Spargoli Neto, deque não há agentes penitenciários suficientespara a segurança dos diretores dos presídios do Rio. O secretário Monteiro de Carvalho responsabilizou o ex-subsecretárioSpargoli Neto pela morte do ex-diretor do presídio do Bangu 3,pois, segundo Rubens, Spargoli era o encarregado da segurançado tenente-coronel Lourenço, que estava sem escolta e sem veículoblindado na noite do crime. Spargoli Neto alegou, na ocasião do assassinato, que o próprio tenente-coronel Lourenço abrira mãoextra-oficialmente dos policiais militares que cuidavam de suasegurança. O delegado responsávelpela investigação do caso, Roberto Cardoso, tambémprestou depoimento na audiência e informou que não háindícios de que o tenente-coronel Lourenço hajadispensado escolta no dia de sua morte. Mas também disse que oirmão do morto declarou que o diretor do presídio eraavesso à segurança pessoal. Segundo RobertoCardoso, os quatro suspeitos de matar o diretor do Bangu 3 e que estãocom prisão decretada desde ontem (30), são integrantes dafacção criminosa Comando Vermelho. O delegado afirmoutambém que há mais de um ano e meio centenas dedenúncias através do dique-denúncia informaramque o Comando Vermelho pretendia eliminar o tenente-coronel Lourenço. O tenente-coronelLourenço é o sétimo diretor de penitenciáriamorto no Rio nos últimos sete anos. Uma nova audiênciasobre o tema será marcada para a semana que vem.