Crise não chega ao setor de telecomunicações, diz secretário

31/10/2008 - 14h16

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor detelecomunicações do país sinalizou para ogoverno a manutenção dos investimentos programados para2009 e 2010, apesar da crise financeira internacional e daconseqüente escassez de crédito no mercado. A afirmaçãoé do secretário de Telecomunicações doMinistério das Comunicações, Roberto PintoMartins, que participou hoje (31), no Rio, da 4a Jornadade Estudos de Regulação, promovida pelo Instituto dePesquisa Econômica Aplicada (Ipea).“Não temos nenhuma informaçãosobre efeitos dessa crise no setor de telecomunicações.No Congresso realizado na semana passada em São Paulo, com apresença de todos os principais executivos do setor detelecomunicações, ninguém apontou na direçãode um possível contingenciamento. Pelo contrário: vamosmanter nossos investimentos programados para 2009 e 2010”, relatouMartins.Segundo ele, as perspectivas do setor apontavamexatamente no sentido contrário: de aproveitar a criseinternacional para gerar oportunidade de ampliação dosnegócios. “Alguns vêem até oportunidade, poisentendem que, com o agravamento da crise, se acontecer, as empresas[em geral] terão necessidade de reduzir custos. Eredução de custos significa necessidade de usar aindamais os serviços de telecomunicações, pois vãoter que cortar viagens.”De acordo com Martins, o governo ainda nãoviu qualquer indício que aponte para a possibilidade de cortesno setor. Sobre as informações de que algumas empresasestariam precisando renegociar prazos e condiçõesligadas ao leilão de 3G (terceira geração detelefonia), o secretário garantiu que esse pleito,se existe,ainda não chegou a ser formalizado.“Não tem nada formalizado. Eu estououvindo, aqui e ali, mas repito: os investimentos continuam sendofeitos e os compromissos das empresas que vão instalar asfreqüências de terceira geração continuam, eo mercado permanece absolutamente demandante”, afirmou.No encontro de hoje, foram discutidas as propostasda Lei Geral de Telecomunicações (LGT), além deassuntos como a convergência tecnológica. Um dos temasem destaque diz respeito aos reflexos da aprovação doPlano Geral de Outorgas (PGO), na semana passada, que vai viabilizaruma possível fusão das empresas Brasil Telecom e OI. Roberto Martins informou que as propostas de alteraçãono plano, que estão sendo apreciadas no Conselho Consultivo daAgência Nacional de Telecomunicações (Anatel),devem ser encaminhadas até a próxima semana aoMinistério das Telecomunicações.