Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívidalíquida do setor público chegou a R$ 1,127 trilhãoem setembro, o que representa 38,3% do Produto Interno Bruto (PIB),soma de todos os bens e serviços produzidos no país.Essa é a menor relação desde outubro de 1998(37,6% do PIB). A variação foi de 2,1 pontos percentualem relação ao mês passado (40,4% do PIB). Ainformação é do Banco Central (BC).Paraeste mês, o BC projeta que a dívida em relaçãoao PIB fique em 37%, o menor patamar desde setembro de 1998, quandochegou a 36,5%.Segundo o BC, o resultado de setembro reflete avalorização do dólar registrada no mês de17,1%, o que respondeu por uma redução de 1,6 pontopercentual na relação entre dívida e PIB. "Sobrea dívida externa, como somos credores em dólar, issoimplicou a queda da relação dívida/PIB noperíodo", disse chefe adjunto do Departamento Econômicodo BC, Túlio Maciel. Em setembro, a economia que o país faz parahonrar compromissos financeiros, inclusive o pagamento de juros, ochamado superávit primário, contribuiupara a redução da dívida/PIB em 0,3 pontopercentual.Segundo Maciel, houve um recuo de pagamento dejuros em setembro (R$ 6,142 bilhões), por conta dos ganhos daautoridade monetária com contratos de swap cambialreverso. Nessa operação, as instituiçõesfinanceiras compradoras do contrato ganham uma taxa de juros, e o BCrecebe variação cambial do período de validadedos contratos.Os ganhos do BC em setembro chegaram a R$ 6,5bilhões. Depois do agravamento da crise financeirainternacional, com a desvalorização do real em relaçãoao dólar, o BC passou a fazer operações de swapcambial tradicional (contratos em que o BC recebe juros e asinstituições, a variação cambial), com oobjetivo de injetar recursos na economia.