Alencar apela a empresários para não demitirem por causa da crise

17/10/2008 - 21h46

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente em exercício, José Alencar, pediu hoje (17) que os empresários façam esforços para manter os empregos dos trabalhadores, apesar da crise econômica. Ele disse que o desemprego poderá ocorrer, se houver uma recessão, o que não deve ser o caso do Brasil. Para Alencar, o país deve continuar crescendo, embora não a altas taxas. “Não é o momento de desempregar. É o momento de solidariedade e trabalho.”Alencar afirmou que é preciso fazer um questionamento sério em relação ao sistema financeiro internacional e que o mundo não pode ficar à mercê das aventuras praticadas pelos bancos, que acabam repercutindo em desastre para todos os países.Ele declarou que a economia brasileira está melhor que a de outros países, mas que haverá sacrifícios. “O Brasil está muito bem, tem condições excepcionais de atravessar isso tudo, mas vai se sacrificar um pouco também.”O presidente em exercício evitou criticar diretamente as políticas do Banco Central, mas voltou a atacar os juros. “É preciso [baixar os juros]. Os juros estão errados. Essa excelência da economia brasileira é apesar dos juros, não é graças a eles”, disse. José Alencar participou hoje da inauguração do Museu Virtual Têxtil e de Confecção, do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na zona norte do Rio.O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, também participou do evento e fez o mesmo apelo, para que os empresários não demitam. “Os sinais da crise ainda são pequenos. A curto prazo, não deve haver desemprego. A médio prazo, tudo vai depender dos desdobramentos e da intensidade da crise”, disse o presidente da CNI.Segundo Monteiro Neto, o Brasil tem fundamentos econômicos sólidos e competitividade em vários setores, o que garante uma performance melhor do que muitos países. “Não há razões para que o empresário brasileiro temer. Tem que confiar que vamos superar esta crise e, talvez, o Brasil saia até fortalecido”, disse.