Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O crédito continua em expansão no Brasil no mês de setembro, mas comrecursos captados no mercado interno. De acordo com dados preliminaresdo Banco Central (BC) neste mês até o último dia 15, o crédito referencial(operações consideradas para o cálculo das taxas médias de juros)cresceu 2,6%, na comparação com os primeiros 11 dias úteis do mês deagosto.O crescimento foi puxado pelas empresas com alta de 3,9%. Para as famílias, a expansão foi de 0,9%.De acordo com o BC, a participação dos recursos captados no mercadointerno cresceu 2,8% em reais, na comparação entre os 11 dias úteis desetembro com o mesmo período de agosto. Já a participação dosrecursos externos diminuiu 2,6% em dólares.Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, AltamirLopes, esses números indicam “algum impacto” da crise financeiraexterna. Ele ressaltou, no entanto, que os dados são referentes ao períodoanterior ao agravamento da crise.Lopes disse ainda que a participação do crédito referencial comrecursos captados no exterior é pequena. Dos R$ 628,6 bilhões, R$ 80,7bilhões são de crédito com recursos externos.Apesar da crise externa e do aumento dos custos dos empréstimos, Altamir Lopes afirmou que o Banco Central mantém a projeção de que o créditochegará a 40% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os dadosdivulgados hoje (26), até agosto o volume de crédito chegou a R$ 1,110trilhão, o que corresponde a 38% do PIB. Segundo Lopes, a projeção parao ano já levava em consideração a crise externa que teve início em 2007.Em valores, houve redução no ritmo de crescimento do crédito nopaís. Em 12 meses fechados em janeiro deste ano, o crescimento era de28% e atingiu 33,5% em junho, caindo para 32,8% em julho e 31,8% emagosto.Com relação às taxas de juros, em setembro os dados preliminaresindicam manutenção da trajetória de alta. De agosto até o dia 15 desetembro, a taxa média passou de 40,1% para 40,4% ao ano. Para asempresas, a taxa anualizada subiu de 28,3% para 28,4%. As famíliaspagam juros de 52,8% ao ano, contra os 52,1% registrados em agosto.A diferença entre taxa de captação e aplicação, chamada de spread,na média subiu de 26,2 pontos percentuais para 26,4 pontospercentuais. No caso das empresas, o spread passou de 14,9 pontospercentuais para 14,8 pontos percentuais e para as famílias, o aumentofoi de 37,6 pontos percentuais para 38,3 pontos percentuais.