Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um possível acordo sobre o pacote de medidas para salvar a economia, anunciado pelo governo norte-americano, e que ainda precisa de aprovação do Congresso, não deve sair até este fim de semana. Essa é a interpretação do professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Virgílio Arraes, que concedeu entrevista hoje (26) à Rádio Nacional. “Eu não acredito que agora, até o fim de semana, os republicanos e democratas cheguem a um acordo. Haverá uma pressão do comitê do senador John McCain para que os efeitos negativos sobre a campanha dele sejam os menores. Por outro lado, os democratas tentarão explorar ao máximo”, afirmou. Na avaliação dele, os congressistas democratas encaram o pacote como uma tentativa de salvar a candidatura republicana. “Se essa crise tivesse se manifestado quatro ou cinco meses atrás, o consenso no Congresso seria muito mais fácil”, completou. Arraes também chamou a atenção para a insatisfação do eleitorado de classe média americana com o pacote que, na avaliação dele, será interpretado como uma solução para preservar os “dirigentes de instituições, cuja má administração, agora, afeta milhões de americanos”. Segundo ele, isso pode prejudicar a candidatura do senador republicano John McCain porque pode gerar “votos de protesto”. Para o professor, “não poderia haver um fim mais melancólico para os oito anos de governo Bush”. “Graças a incompetência da administração republicana, há um declínio do império americano. O que não significa que ele [esse declínio] será maior ou permanente. Mas a próxima administração, independente de ser democrata ou republicana, terá que se dedicar com muitas forças para recuperar a posição de prestígio que os Estados Unidos tinham há quase 10 anos. Não será fácil para o próximo presidente administrar o país.”