Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Associação deComércio Exterior do Brasil (AEB), Benedicto Fonseca Moreira,avaliou hoje (25) que a política de comércio exterior “não está adequada para uma competiçãointernacional aberta, como é hoje. E muito menos numa fase decrise”. Para ele, é preciso reorganizar a forma como seconduz essa política.Moreira disse que é preciso que políticade produção seja mais voltada para a produtividade,além da adoção de novas políticas cambiale tributária. “Você não pode fazer umaabertura imensa de inserção internacional com umsistema tributário louco, como é o brasileiro. Éum sistema que induz à importação, àcrise, induz à especulação externa no mercadofinanceiro brasileiro”, criticou.Segundo o presidente da AEB, o governo precisareorganizar o sistema de financiamento à exportação,considerado por ele inadequado no momento. “E, sobretudo,reorganizar o sistema de infra-estrutura no Brasil. Esse écaótico”. Um exemplo citado por ele é o setorportuário, que, na sua opinião, deveria ter aadministração privatizada, para ser mais dinâmico.“O Brasil precisa reduzir custo e tempo. Portos sãoestratégicos porque 95% das exportações saem delá. Um país que exporta commodities, sobretudo a granel, tem que ter portos adequados. Se nós nãofizermos isso, vamos pagar um alto preço”, advertiu Moreira.
Ele analisou que a crise ainda nãoestá afetando as exportações e que os mercados estrangeiros devem “arriar” nospróximos meses, se a situação se mantiver, eventualmente, até 2009. Mas ele admite que haverá algum impacto. “Você tem umademanda interna desses países recessiva. Ou, pelo menos,limitada, que afeta o Brasil. Bobagem dizer que não vaiafetar. Esperamos que não afete demais.”Os preços médios das commodities, segundo o presidente da AEB, estãosofrendo efeitos da crise, mas ainda se mantêmem um patamar considerado muito bom para o Brasil. Ele nãoacredita que haverá uma redução drásticade preços “porque todo mundo precisa de commodities,sejam alimentícias, sejam matérias-primas”.