Mudanças no comando na Polícia Civil paulista provoca crise na categoria

24/09/2008 - 11h14

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - As mudanças no comando da Polícia Civil anunciadas ontem (23) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) provocaram uma crise na categoria, que está em greve há mais de uma semana. Segundo a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp), as mudanças teriam sido “uma represália ao movimento”. A primeira mudança anunciada pela Secretaria de Segurança Pública foi a remoção de Sergio Marcos Roque, presidente da Adpesp e um dos líderes da paralisação, do Departamento de Inteligência (Dipol) para o Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).Por não concordar com essa decisão do secretário de segurança Ronaldo Marzagão, o delegado Domingos de Paula Neto, do Dipol, entregou o cargo. Para o seu lugar, a secretaria anunciou o nome de Gaetano Vergine, que era o atual diretor da Corregedoria Geral da Polícia Civil.No lugar de Vergine, na Corregedoria, assume Alberto Angerami, que dirigia há quatro anos o Departamento de Administração e Planejamento (DAP) da Polícia Civil. Angerami, por sua vez, foi substituído no DAP pela delegada Ana Paula Batista Ramalho Soares, a primeira mulher, em 103 anos, a fazer parte do Conselho da Polícia Civil. “A sua chegada indica a disposição desta gestão de promover a modernização na esfera administrativa da Polícia Civil”, diz nota enviada pela secretaria.Ontem (23), os policiais civis fizeram uma passeata pelo centro da cidade até a sede da secretaria, por melhores salários e pela saída do secretário de Segurança, Ronaldo Marzagão. A Adpesp estima que mil policiais tenham participado da manifestação.O governo paulista apresentou uma proposta de incluir R$ 500 milhões na folha de pagamento do ano que vem, o que representaria um reajuste de 7% para a categoria. As entidades, por sua vez, propuseram 15% para ativos e inativos, retroativos a março deste ano, mais 12% em 2009 e 12% em 2010. Como não houve acordo, os policiais civis estão em greve desde  terça-feira (16).