CPI dos grampos pede a Jobim quebra de sigilo de documentos

24/09/2008 - 18h27

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dasEscutas Telefônicas Clandestinas decidiu hoje (24) que vai manter trancados no cofre da comissão osdocumentos encaminhados pelo ministro da Defesa, NelsonJobim, a respeito dos equipamentos adquiridos pelo Exército para aAgência Brasileira de Inteligência (Abin) e os laudos da perícia doExército feita nos equipamentos. A decisão de manter os documentos fechados foi tomadahá pouco pelos deputados da CPI, até um posicionamento do ministroJobim sobre o fim da “confidencialidade” dos documentos. “Nós, de formacolegiada, decidimos que os documentos vão permanecer fechados até aautorização do ministro para abri-los. Eu acho que não tem sentido essesigilo”, disse o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba(PMDB-RJ).  Marcelo Itagiba encaminhou hoje ofício ao ministroNelson Jobim pedindo a ele que “abra mão da classificação deconfidencialidade dos documentos, para que esses dados [informações]possam se tornar públicos para que a gente possa informar à populaçãoque equipamentos são esses [da Abin] e de que forma eles sãoutilizados”.Itagiba informou que, só depois que o ministro daDefesa autorizar o fim do sigilo dos documentos, é que a CPI vai abriros dois envelopes encaminhados pelo ministro. Itagiba informou que,embora não tenha conhecimento do conteúdo do material em um dosenvelopes, com o timbre confidencial, está a relação dos equipamentosadquiridos pelo Exército para a Abin até 2005 e, no outro envelope, comtimbre reservado, está o laudo da perícia feita pelo Exército nosequipamentos da Abin.Antes da reunião dos deputados da CPI, que decidirammanter os documentos fechados até uma posição do ministro Nelson Jobim,Itagiba chegou a anunciar que iria se reunir com os integrantes dacomissão para analisarem os documentos encaminhados pelo ministro daDefesa.