Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em vigor há cinco anos, as cotas para alunosafrodescendentes nas universidades públicas não acirraram nenhum tipode relação social no ambiente acadêmico. Nasuniversidade onde existem ações afirmativas, 62% dos alunos aprovam amedida e acham que a universidade esta até mais"cordial" que a própria sociedade.A avaliação foiapresentada hoje (24) no Monitoramento das Políticas de AçãoAfirmativa, divulgado pela Pontifica Universidade Católica (PUC) Rio.Cerca de 2,5 mil alunos de diversas raças foram ouvidos em dezuniversidades públicas do país que adotam algum tipo de ação afirmativacomo as cotas.Segundo o levantamento, a maior parte dosalunos entrevistados avaliou como boa a relação entre os colegasoriundos de ações afirmativas (57,5%), com os outros alunos, em geral,(60,4%), com professores (67%) e funcionários da escola (64,4%).Asopiniões ficaram um pouco divididas quando a pergunta era sobre otratamento dado a negros e brancos na universidade. Cerca de 40% respondeuque às vezes existe tratamento diferenciado e outros 43,6% contaram quenunca ou quase nunca há desigualdade. A divergência, noentanto, apareceu quando os alunos foram perguntados sobre as formascomo negros e brancos são tratados na sociedade. A maior parte (46,7%)disse que sempre ou quase sempre há diferenciação e outros 47,6 %informaram que isso ocorre às vezes.Para uma dascoordenadoras da pesquisa, a antropóloga Elielma Machado, omonitoramento esclarece que os alunos percebem mais racismo fora do quedentro das faculdades. "Eles tendem a ver mais [racismo] nasociedade que na faculdade. Em outras pesquisas também vimos que oscasos mais comuns de racismo acontecem em comércio, shoppings ou mesmona rua. Realmente, na universidade não aparecem tantas queixas deracismo" afirmou. --