Aluno de escola pública é o mais beneficiado por cotas em universidades, constata pesquisa

24/09/2008 - 18h09

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os alunos de escolas públicas são os mais beneficiadoscom a política de cotas adotada pelas universidades públicas do país.Em seguida, estão os indígenas e depois os negros. É o que revela oMonitoramento das Políticas de Ação Afirmativa, divulgado hoje (24),pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio.De acordocom levantamento, cerca de 60% das universidades estaduais e federaisdo país adotam algum tipo de ação afirmativa. Dessas, quase a metade(42%) são cotas. Entre as universidades que fazem reserva de vagas, amaioria é para alunos de escolas públicas (82%), 59% indígenas e 58%,negros. As modalidades podem ser oferecidas simultaneamente. Segundouma das coordenadoras da pesquisa, a antropóloga Elielma Machado,apesar de as cotas raciais não serem tão predominantes quanto as outrasduas, são alvo muito mais freqüente de críticas na sociedade. Para ela,uma explicação para o fenômeno está no racismo."Esse éum tema que ainda hoje é muito delicado porque muitos acham não existe.Então, quando se fala na necessidade de ter uma cota para negros, écomo se fôssemos obrigados a reconhecer o racismo no Brasil e como issoimpede a entrada de negros na universidade", avaliou. Olevantamento da PUC aponta três tipos de ações afirmativas em dez instituições pesquisadas. Além da reserva de vagas para alunos deescolas públicas, indígenas e negros, há também programas para inserirdeficientes físicos, assentados da reforma agrária, quilombolas ealunos provenientes de cidades do interior.  Além das cotas,também faz parte da política de ações afirmativas a criação de vagasextras nos cursos, principalmente para alunos indígenas e também aadição de pontos no vestibular.