Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A meta de exportaçõesbrasileiras para este ano foi revista para US$ 202 bilhões,segundo informou hoje (23) o Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A metaanterior, fixada em julho deste ano, era de US$ 190 bilhões.A elevação representa um crescimento de 25,7% em relação ao ano passado. “É uma metaambiciosa, porque esperamos que [a média de exportações de set6embro a dezembro] seja superiorà dos últimos quatro meses”, disse o secretáriode Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.De janeiro a agosto, a média das exportações foi de US$ 16,84 bilhões e a previsão para o período de setembro a dezembro é de US$17,78 bilhões. Entre os fatores quelevaram o governo a elevar a meta estão a reacomodação no preçodas commodities (produtos básicos comercializados no mercado internacional), a elevação do preço de algumasdelas em relação a 2007 - como por exemplo a carnebovina industrializada - e também o aumento da exportaçãode produtos de alto valor agregado, como aparelhos celulares 3G.Sobre a possibilidade de a crisenos Estados Unidos afetar ainda neste ano as exportaçõesbrasileiras, Barral disse que o efeito será praticamente zero,porque grande parte dos contratos para exportações jáestá fechada. Ele destacou, porém, que a longo prazo isso poderá representar queda na demanda. “Uma crise muitograve nos Estados Unidos afetará não apenas parceiroscomerciais na América Latina, que são mais dependentes, como é o caso do México, comotambém outras grande economias, como a Europae a China. Isso pode gerar um efeito de queda na demanda para algunsprodutos e queda nas exportações brasileiras”,explicou. Segundo Barral, outros fatores quejustificam o pequeno efeito da crise sobre as exportaçõesseriam a diminuição da dependência do Brasil do comérciocom os Estados Unidos e a diversificaçãodos pauta de esportações para aquele país. Barrallembrou que, entre janeiro e agosto do ano passado, o Brasil exportou US$ 16,3 bilhões para osEstados Unidos, enquanto no mesmo período desteano as vendas externas somaram US$ 18,4 bilhões, oque representa um crescimento de 14%.Na mesma comparação, o comércio com a União Européia aumentou 25,8%.O secretário não fez comentários sobre a meta para opróximo ano. Ele se limitou a dizer que, para estabeleceressa meta, o ministério vai levar em consideraçãofatores como previsões de importações, taxa decâmbio e crescimento econômico do mercado.