Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A deputada federalMarina Maggessi (PPS-RJ) acusou hoje (23) o Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ligação com onarcotráfico na Favela da Rocinha, zona sul do Rio.Em depoimento àComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das milíciasda Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), ela afirmou queatualmente se preocupa mais com a presença de integrantes domovimento no local do que com a questão da milícia noestado do Rio de Janeiro.A deputada disse queuma ata apreendida em julho na favela por uma operaçãopolicial é um dos indícios dessa ligação.O documento teria sido elaborado pelo traficante conhecido como Nem,que estaria orientando os moradores a votarem no candidato a vereadorClaudinho da Academia (PSDC).Maggessi, que éinspetora da Polícia Civil, disse que integrantes do MSTpoderiam estar convencendo traficantes a serem "salvadores dapátria". “O meu medo é que o tráficoabsorva esse tipo de convencimento. Quando eu digo isso, éporque o MST tem uma força de enfrentamento muito grande. Elesprezam esse tipo de invasão e luta armada. Eles não têmarmas, mas o tráfico tem".A assessoria de imprensa do MST informou que nãohá nenhum integrante na Rocinha e qualquer um que fale em nomedo movimento na comunidade não tem representação.O movimento não estaria envolvido no processo eleitoral emnenhum nível.A deputada foi convocada pela CPI das milíciaspor ter sido citada pelo vereador Josinaldo Francisco da Cruz, oNadinho, de Rio das Pedras (PMDB), suspeito de chefiar uma milícianesta comunidade, em seu depoimento à comissão. Magessiconfirmou que foi à comunidade em 2006 para o aniversáriodo inspetor de polícia Félix Tostes, assassinado emfevereiro do ano passado.Para tentar demonstrar que não tem ligaçãocom esses grupos, a deputada alegou ter eleitorado maior no Alto daBoa Vista e na Rocinha. Ela afirmou que quando trabalhou nos setoresde Entorpecentes e de Inteligência da Polícia Civil, nãoinvestigou milícias porque esta era uma responsabilidadeapenas da Delegacia de Repressão às AçõesCriminosas Organizadas (Draco).O deputado estadual Marcelo Itagiba (PMDB), quetambém foi convocado pela comissão, comunicou que nãopôde comparecer por conta de sua agenda na CPI dos grampos, emBrasília. Itagiba, que é presidente desta comissão, não esteve em Brasília hoje, pois não houve depoimento doministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional daPresidência da República, general Jorge Félix.