Sabrina Craide
Enviada especial
Nova York (Estados Unidos) - Como já eraprevisto, a crise financeira mundial foi um dos principais temasabordados na abertura da 63ª Sessão da AssembléiaGeral da Organização das Nações Unidas.Mas apesar das expectativas, o presidente dos Estados Unidos, GeorgeW. Bush, falou pouco sobre o assunto, tentando tranqüilizar oslíderes mundiais presentes ao encontro. Bush lembrou a injeçãode recursos do governo americano no sistema financeiro e o envio deum pacote para o Congresso dos Estados Unidos. “Posso garantir queminha administração e nosso Congresso estãotrabalhando juntos para aprovar rapidamente essa estratégia”,afirmou. O presidentenorte-americano disse que os países devem renovar ocompromisso de abrir suas economias e lutar contra o isolamentoeconômico. “Esses objetivosestão sendo testados pela turbulência nos mercadosfinanceiros mundiais. Nossas economias estão mais conectadasque nunca, e sei que muitos de vocês estão atentos paracomo o governo dos Estados Unidos irá tratar os problemas emnosso sistema financeiro”. O secretário-geralda ONU, Ban Ki-Moon alertou os líderes mundiais de que a crisefinanceira pode comprometer o financiamento do desenvolvimento e ogasto dos países ricos com o combate à pobreza e àsMetas do Milênio. Ele ressaltou que é precisorestabelecer a ordem nos mercados financeiros internacionais. “Precisamos pensarcomo o sistema econômico financeiro deve evoluir para refletira realidade atual”, disse. O presidente da França,Nicolas Sarkozy, propôs a realização de umareunião mundial ainda este ano para tratar da crise, que,segundo ele, foi a mais grave desde os anos 30.Depois da abertura doencontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse queesperava que Bush fosse abordar a crise econômica e asdificuldades da Rodada Doha. “Eu achei que ele iafazer um discurso de despedida e falar um pouco da crise econômicae o que o governo americano pretende fazer. Mas ele fez a opçãode voltar a falar de terrorismo”, lamentou Lula. Em reunião comBan Ki-Moon, Lula enfatizou a importância de uma reuniãoimediata do Conselho Econômico e Social da ONU com os ministrosda Fazenda e presidentes de Bancos Centrais de para discutir oassunto.