Ex-agente do SNI dá depoimento de menos de uma hora para apenas cinco parlamentares

17/09/2008 - 20h22

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a presença de apenas cinco senadores, o ex-agente do extintoServiço Nacional de Informações (SNI) FranciscoAmbrósio do Nascimento disse hoje (17) à ComissãoMista de Controle das Atividades de Inteligência do CongressoNacional que o delegado Protógenes Queiroz, coordenador daOperação Satiagraha, acreditava que estava sendoseguido durante o período em que executou suas funções.“O doutor Protógeneschegou a afirmar uma vez que estava sendo seguido. Ele disse queestava sendo seguido e iria contatar pessoal da PolíciaFederal para saber se era institucional ou não”, disse.Ambrósioconfirmou ter trabalhado para o delegado como colaborador, contratadopor seis meses.Ele rebateu asdeclarações do diretor afastado de Contra Inteligênciada Agência Brasileira de Inteligência (Abin), PauloMaurício Fortunato, de que sua participação nasinvestigações tenha representado um descontrole notrabalho conduzido pelo delegado Protógenes. “Não concordo.Eu chegava lá [no prédio da Polícia Federal]todos os dias e me identificava na portaria. A nossa sala ficava aolado da sala do delegado de inteligência. Achava que estavafazendo um trabalho institucional para a Polícia Federal”,disse Ambrósio.O ex-agente negou quetenha analisado qualquer documento referente ao caso Kroll, empresade espionagem que teria sido contratada pelo banqueiro Daniel Dantaspara investigar autoridades públicas. Ele disse apenas que viu25 volumes no setor de inteligência que, segundo o delegadoProtógenes, estavam sob a análise de peritos. Ambrósiotambém não soube dizer se esses documentos foramenviados pela Justiça de Nova York e tampouco o seu conteúdo.O depoimento duroumenos de uma hora, com a presença apenas do presidente dacomissão, Heráclito Fortes (DEM-PI), e o senadorGeraldo Mesquita (PMDB). A reunião quasefoi encerrada na primeira meia hora, mas a chegada dos senadoresEduardo Suplicy (PT-SP) e Álvaro Dias (PSDB-PR) e do deputadoRaul Jungmann (PPS-PE) fez com que as indagações aoex-agente durassem mais alguns minutos.