Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O embaixador dos EstadosUnidos no Brasil, Clifford Sobel, disse hoje (17), na Rio Oil &Gas, que o governo brasileiro vem trabalhando com “muita transparência e tem “honrando os contratos pré-estabelcidos” e reconheceu que o país ésoberano para decidir sobre questões que lhe competem nesta questão. As afirmações foram feitas apropósito de questionamentos sobre a decisão do governo, tomada a partir deparecer do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), de retirar osblocos offshore (no mar) da 12ª Rodada de Licitações de Áreas que a AgênciaNacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vai realizar emdezembro. Na rodada, o Brasil só negociará blocos terrestres.Clifford Sobel disse que os EstadosUnidos e outros países estão acompanhando com muito interesse o desenvolvimentode novas descobertas no setor energético.Para ele, a retirada dosblocos marítimos da 12ª Rodada de Licitações não reduzirá o interesse do EUA noprocesso licitatório, porque “nós temos interesses em outras áreas, sejam elasnas águas pofundas do setor offshore, em águas rasas ou mesmo em terra”.“O nosso interesse continuaporque a nós interessa perceber que o governo brasileiro trabalha com muitatransparência e honra contratos pré-estabelecidos. Isto posto, decisões desoberania cabem ao governo brasileiro", ressaltou. Sobre a insistência dasempresas petrolíferas estrangeiras de que se mantenha o atual marcoregulatório, Sobel disse que essa insistência parte exclusivamente dascompanhias.“Companhias que atuam nosetor, especialmente as estrangeiras, vêm insistindo para que se mantenha omarco regulatório atual. Isso são apenas insistências das companhias, porque sãodecisões de governo. De governo para governo, essas decisões cabem aospolíticos brasileiros”, reconheceu. Sobre o interesse dos EstadosUnidos no setor petrolífero brasileiro e em particular no pré-sal, Sobel considerouimportante lembrar que essa é a primeira vez que o Departamento de Comércio dosEUA monta um pavilhão na Rio Oil & Gas. "Isso é umademonstração do interesse do setor comercial petrolífero americano na realidadebrasileira."Sobre a crise de créditovivida hoje em seu país, com reflexos nas bolsas de valores de todo o mundo, oembaixador norte-americano atribui esse processo em cadeia ao mundo globalizadoem que vivemos hoje.“Não há dúvida que estamostodos interligados e que na globalização não há como ser descolado nosmomentos de crise. Problemas em um país afetam, sim, outros países. Mas hádemonstrações de que a economia americana poderá se recuperar e continuar acrescer”, afirmou.Segundo ele, os números doúltimo trimestre foram bastante positivos, com um crescimento de 3,3%. “É claroque os últimos dias foram particularmente difíceis para o mercado financeiro eisso pode sim ter algum impacto. No que o Brasil se prepara para investir naexploração de novas fronteiras, é preciso buscar investimento e captarfinanciamento em outros países, com outros parceiros. Espero que os EstadosUnidos se tornem um parceiro bastante importante neste setor”, disse.Ele lembrou ainda que otrabalho do embaixador é exatamente o de “construir pontes e tecer parcerias. “Não é oficial ainda, masacreditamos que em algum momento, em futuro bastante próximo, o próprioministro de Minas e Energia brasileiro vai aos Estados Unidos para conversarcom líderes no setor sobre essas novas oportunidades de investimento”, adiantou.