Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em pouco mais de trêshoras de depoimento à CPI das Escutas TelefônicasClandestinas da Câmara, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nãosustentou, de forma clara, que a Agência Brasileira deInteligência (Abin) tem equipamentos capazes de fazer escutastelefônicas. Ele disse que essainformação lhe foi passada por fontes do Exército,mas ainda precisa ser comprovada por laudos técnicos. Jobimentregou à CPI apenas descrições dosequipamentos, retiradas de páginas da internet, sendoque em uma delas há alusão à capacidade deinterceptações.A postura cautelosa deJobim, entretanto, foi interpretada de outra forma pelo presidente daCPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). “Tenho certeza de queo ministro está convicto de que a Abin possui equipamentos deinterceptação. O ministro Jobim tem muitos anos dejanela e sabe o que está dizendo. Eu não tenho a menordúvida de que ele vai comprovar, porque as períciasdirão”, afirmou Itagiba.A CPI encaminhou aoministro um requerimento de informações solicitando umalistagem de todos os equipamentos comprados pelo Exército nosEstados Unidos, a pedido da Abin. Os aparelhos, segundoItagiba, serão periciados por uma equipe de especialistas daUnicamp contratados pela CPI. Há apossibilidade também de um novo depoimento do ministro-chefedo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general JorgeFelix, a quem a Abin está subordinada.