Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Asreservas estimadas de gás natural para o Campo de Tupi, na área do pré-sal da Bacia de Santos, estão entre 176 bilhões e 256 bilhões de metros cúbicos – o equivalente a mais da metade das reservas atuais da Petrobras no país, que somam 330 bilhõesde metros cúbicos. O Brasil importa atualmente cerca de 60 milhões de metros cúbicos, sendo 30 milhões da Bolívia.Os números foram apresentados pelo gerente-executivode Exploração e Produção do Pré-sal da companhia, José Formigli, em palestra na Rio Oil & Gas, feira de serviços e tecnologias de petróleo e gás.Estas reservas, que já tornariam o país auto-suficiente na produção de gás, nãolevam em conta o potencial do megacampo de gás natural de Júpiter,também no pré-sal. As reservas de gás natural do Campo de Júpiter foram anunciadasem janeiro pela Petrobras como uma grande jazida de gás natural e condensado (óleo levíssimo), que fica a 290 quilômetros dacosta do Rio de Janeiro.Como Tupi temreservas estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris, as reservas de gás variamentre 1,1 bilhão e 1,6 bilhão de barris de gás equivalente. Segundo Formigli, aquantidade de gás no Campo de Tupi equivale a 20% do potencial da jazida. O elevado potencialpara a produção de gás nos campos do pré-sal já levaram a estatal brasileira adesenvolver estudos sobre a melhor forma de explorar e viabilizar a comercializaçãodeste gás, inclusive com foco voltado também para o mercado externo, dependendoda oferta interna do país.Em entrevista recente, a própria diretora de Gás e Energia da Petrobras, Mariadas Graças Foster, já admitia a possibilidade da estatal instalar plantas de gaseificaçãoem alto-mar, um fato inédito no mundo diante do significativo volumeesperado.