CPI ouve Jobim na quarta e quer viabilizar ida de presidente do Supremo à Câmara

13/09/2008 - 14h16

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das EscutasTelefônicas Clandestinas da Câmara dos Deputados tomará na próxima quarta-feira (17), às 14h30, o depoimento doministro da Defesa, Nelson Jobim. Inicialmente marcada para a última quarta-feira (10), a ida de Jobim à CPI foi adiada após o ministroser requisitado para uma viagem com a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jobim foi convocado,por meio de requerimento, para prestar esclarecimentos e entregar àcomissão documentos com a relação dosequipamentos adquiridos pela Comissão do Exército paraa Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ministrochegou a declarar que os equipamentos tinham capacidade de realizarescutas telefônicas, mas a informação foidesmentida pelo diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda. Neste fim de semana,matéria da revista Época sustenta que a OperaçãoSatiagraha, deflagrada pela Polícia Federal para investigarcrimes financeiros cometidos por um grupo supostamente comandado pelobanqueiro Daniel Dantas, teria tido também a participaçãode oficiais da ativa dos serviços secretos das ForçasArmadas, subordinados hierarquicamente a Jobim. Em nota, o Exército negou a participação de oficiais na operação.A CPI se concentra nomomento na apuração dos fatos relativos a um supostogrampo atribuído à Abin de conversas entre opresidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e osenador Demóstenes Torres (DEM-GO). Esta semana Mendesalegou razões institucionais ao recusar convite para depor naCPI. Mas o relator da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), pretende sugerir ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP),que promova uma comissão geral (sessão plenáriapara debate de tema relevante) sobre o uso de grampos no país, o que viabilizaria a presença de Mendes na Casa. "Ele éum constitucionalista, estudioso da matéria, e tem dadosugestões sobre o assunto em diversos fóruns públicos",argumentou Pellegrino. O parlamentar defendetambém a convocação de Francisco Ambrósiodo Nascimento, ex-agente do extinto Serviço Nacional deInformações (SNI), apontado pela revista Istoécomo autor da escuta ilegal que captou a conversa de Mendes eDemóstenes.