Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Federal deBiblioteconomia (CFB) lançou esta semana a campanha nacionalBiblioteca Escolar: Construção de uma Rede de Informaçõespara o Ensino Público. O objetivo éfortalecer esses espaços nas escolas públicas,com acervos e recursos humanos adequados. Segundo a presidente doCFB, Nemora Rodrigues, muitas bibliotecas ainda são meros “depósitos delivros”.“As bibliotecasescolares da rede pública sofrem com o sucateamento, comextremas dificuldades. Justamente aquele espaço que deveriareceber atenção especial dos governantes para que osalunos tivessem acesso ao conhecimento acaba desprestigiado.”O projeto já foiapresentado aos Ministérios da Educação e daCultura, segunda ela, os principais focos da campanha. Agora a iniciativa busca apoio do setor privado e será lançadatambém em eventos regionais. Segundo o CFB, muitas vezes osacervos chegam até a escola, mas acabam inutilizados pela falta de um profissionalespecializado para cuidar da biblioteca. “Na prática,esses ministérios já enviam recursos financeiros ematerial para as escolas, mas não há preocupaçãocom recursos humanos. A escola recebe, por exemplo, uma coleçãode dicionários, e guarda de dentro de um armário paraque não estrague. O acesso não é facilitado aoaluno, portanto há um desvirtuamento”, explica. Segundo a presidente, o cargode bibliotecário nas escolas públicas é ocupadona maioria das vezes por professores em desvio de função.“São profissionais com dificuldade de regência de classe econseqüentemente de atendimento ao público também.As bibliotecas acabam atendidas de maneira precária porprofessores que não têm um preparo mínimo, nempara questão do incentivo ao hábito da leitura.”Além deprofissionais adequados para organizar e administrar asbibliotecas, a campanha defende a modernização dessesespaços, que precisam ofereceroutros recursos ao públicos. “A biblioteca escolarprecisa ser um lugar dinâmico, agradável, um ambiente emque a criança se sinta estimulada a aprender, compartilhar asua experiência”, defende Nemora. Mais informações sobre a campanha podem ser obtidos no site do conselho.