Problema de saúde no Vale do Javari é menos grave do que se pensava, diz Funasa

05/09/2008 - 15h54

Da Agência Brasil

Brasília - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) apresentou hoje(5) os resultados da Operação Vale do Javari. Nos dois meses detrabalho, as equipes realizaram 2.300 exames para diagnosticar doençascomo anemia, malária, verminoses, tuberculose, entre outrasenfermidades, junto à população indígena da região.Apesar dos 500 casos de malária detectados na área, o médico da Funasa, Jayme Valência, que acompanhou a operação,afirmou que a situação não é tão grave quanto se imaginou. “Nãoencontramos pessoas muito doentes. Por ser uma área de grande índice demalária, a maioria não apresentava sintomas da doença. Por isso nósfizemos exames em todos, inclusive nos bebês, e encontramos alguns deapenas 20 dias que estavam se alimentando normalmente do leite materno,com exames positivo da malária”.Segundo o médico a grande maioria de mortes,principalmente de crianças, são por diarréia, desidratação oupneumonia. “Muitas vezes [o óbito] não pode ser evitado, porque não seencontra profissionais na área para fazer o tratamento e por causa dadistância não tem como remover esse paciente a tempo, nem sempre existevia aérea, e para fazer por via fluvial às vezes demora dez dias para sechegar a uma área [postos de atendimento]”.O diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai)da Funasa, Wanderley Guenka, garantiu que a Funasa já está tomandovárias medidas, no sentido de diminuir os agravos de saúde no Vale doJavari. “Primeiro vamos reorganizar a atenção, reestruturar as equipes,mudar as estratégias, melhorar a estrutura, com a construção de novospólos-bases”, disse. Ele afirmou ainda que, apesar da dificuldade de fazerconstruções no Vale do Javari, pelo difícil acesso para levarmateriais, novos pólos já estão sendo construídos e os antigosreformados, para que possam abrigar as equipes de saúde. Outro objetivo,que também está dentro dos projetos da Funasa, é a instalação degeladeiras, que funcionam à base de energia solar, em todos os pólos para manter as vacinas. “Já implantamos mais três e queremos que todos os pólos tenham uma [geladeira], paramanter as vacinas, principalmente as de hepatite B”, disse.Wanderley Guenka disse que é importante "fazer odiagnóstico precoce e o tratamento imediato das doenças, além dotrabalho de meio ambiente para eliminar os anofelinos [mosquitos] portadores damalária. As equipes realizaram vacinação contra todas as doenças emedicaram todos os casos diagnosticados".O projeto foi realizado em parceria com o Ministérioda Defesa, os comandos da Aeronáutica, Marinha e Exército eo Comando-Geral de Operações Aéreas (Comgar), reunindo uma equipe de cerca de 200 profissionais.