ONG confirma queda do desmatamento na Amazônia em julho

05/09/2008 - 6h34

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aorganização não-governamental Instituto do Homem  e MeioAmbiente da Amazônia (Imazon) divulgou hoje (5) novos dados sobre desmatamento na Amazônia. De acordo com oSistema de Alerta de Desmatamento (SAD), em julho a floresta perdeu276 quilômetros quadrados de cobertura vegetal, uma queda de54% em relação ao mês anterior e de 71% emcomparação com julho de 2007.

Apesar dediscordâncias numéricas, a queda apontada pelo Imazonconfirma levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe), divulgado na última semana, que registrou 62% deredução do desmatamento em relação ajunho.

“Julhofoi um mês de queda muito expressiva. Não sabemos seé uma anomalia ou se trata de um nova tendência”,apontou o pesquisador-coordenador do monitoramento do Imazon,Adalberto Veríssimo.

De acordocom a ONG, o Pará foi o campeão de desmate em julho,com 207 quilômetros de novas áreas devastadas , seguidode Mato Grosso, com aproximadamente 33 quilômetros quadrados eRondônia Amazonas, com cerca de 16 quilômetros quadradosde desmatamento cada.

Trêsmunicípios paraenses são apontados como “críticos”pelo levantamento do Imazon. Novo Repartimento, Pacajá ePortel foram responsáveis por mais de 101 quilômetrosquadrados de desmatamento, cerca de 36% do total verificado em toda aregião amazônica.

Os trêsmunicípios estão localizados no centro-norte do Pará,na área do pólo mineral de Carajás. “Ali háum fenômeno explosivo que tem principalmente uma grande demandade carvão vegetal por parte das indústrias de ferrogusa. E esse carvão vegetal está sendo produzido àscustas da floresta; em assentamentos, pequenas e grandespropriedades”, relata Veríssimo. “É preciso dar umalupa sobre a questão do ferro gusa, que é um fator detensionamento do desmatamento nessa região”, acrescenta.

A maiorparte dos desmatamentos registrados pelos satélites em julhoocorreu em áreas privadas ou sob algum tipo de posse, 76%,segundo o Imazon. Assentamentos da reforma agrária foramresponsáveis por 18% e os outros 6% foram identificados nointerior de unidades de conservação e terras indígenas.A existência de nuvens sobre a região impossibilitou aanálise do desmatamento em 17% do território amazônico,de acordo com a análise da ONG.