Inflação oficial de agosto é a menor em 11 meses

05/09/2008 - 10h22

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A inflaçãooficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preçosao Consumidor Amplo (IPCA) recuou para 0,28% em agosto, depois de terregistrado taxa de 0,53% no mês anterior. Foi a menor taxa desde setembro de 2007 (0,18%) e também ficou abaixo do registrado em agosto de2007 ( 0,47%).No ano, o IPCAacumula alta de 4,48%, maior do que o verificado no mesmo períodode 2007 (2,80%); já nos 12 meses fechados em agosto a elevação acumulada é de 6,17%, menor do quea os 6,37% registrados nos doze meses imediatamente anteriores.Os dados foramdivulgados hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) e revelam que a desaceleraçãoda inflação em agosto foi puxada principalmente pelocomportamento dos preços dos alimentos.Depois da alta de 1,05%em junho, o grupo passou para queda de 0,18%. A maioria dos produtosapresentou redução nos preços entre os doismeses, sendo os principais destaques o tomate (de 10,59% para-36,91%), a batata inglesa (de -6,40% para -6,55%) e o feijãomulatinho (de -2,12% para -6,46%).O IBGE destaca que,apesar do resultado de agosto, os alimentos acumulam alta de 9,58% noano, bem acima da taxa de igual período do ano passado(6,73%). O levantamento ressalta que a queda nos preços dessesprodutos foi percebida na maioria das regiões pesquisadas.Recife (-0,83%) foi o local que registrou a queda mais intensa.Os produtos nãoalimentícios subiram um pouco mais de um mês para ooutro: de 0,38% para 0,42%. O movimento foi influenciado pelosreajustes ocorridos em itens importantes para a formaçãoda taxa global, com preços administrados ou controlados.A conta de telefonefixo, que sofreu reajuste autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no final de julho,foi a que mais pressionou a taxa do mês, com alta de 2,27%,ante 0,62% em junho. Também contribuíram as tarifas deenergia elétrica, que passaram de 0,93% para 1,03%; e de águae esgoto (de 0,79% para 1,57%).O mesmo movimento foiverificado em artigos de vestuário (de -0,03% para 0,39%),cigarro (de 0,09% para 1,35%), cabeleireiro (de -0,48% para 1,47%),cursos diversos como idioma e informática (de 0,01% para1,64%), além dos acessórios e peças paraautomóveis (de 0,57% para 1,65%).Dentre as regiõespesquisadas, Belém (0,79%) apresentou a maior alta devido,principalmente, à conta de energia elétrica (16,80%) eao aumento nos preços de alimentos (0,19%). O menor resultadoficou com a região metropolitana de Curitiba (-0,22%), onde ospreços do litro da gasolina ficaram 4,72% mais baratos e olitro do álcool passou a custar 5,81% menos.Em agosto o litro dagasolina ficou 0,25% mais barato, depois da alta registrada em julho(0,59%). De julho para agosto, os resultados do álcool (de1,89% para 0,43%) e das tarifas dos ônibus interestaduais (de8,38% para -0,63%) contribuíram para a estabilidade no grupotransporte (de 0,46% para 0,06%). Também houve queda nospreços dos remédios (de 0,37% para –0,41%)influenciando o resultado do grupo saúde e cuidados pessoais(de 0,47% para 0,32%).Para calcular o IPCA deagosto, foram coletados preços entre os dias 30 de julho a 27de agosto e comparados aos vigentes entre 1° e 29 de julho. Olevantamento considera os gastos de famílias com rendimentosmensais de um a 40 salários mínimos em noveregiões metropolitanas do país, além dosmunicípios de Goiânia e de Brasília.