Cliente pode economizar R$ 1 mil ao ano se ficar atento a tarifas, diz associação

05/09/2008 - 15h39

Kelly Oliveira e Daniel Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O cliente bancário poderia economizar mais de R$ 1 mil por ano se escolhessetarifas bancárias adequadas a seu perfil. A estimativa é dacoordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa doConsumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci. “A expectativa é que o consumidor possa, a partir de agora, ter maisinformações sobre as tarifas que paga pelo banco, verificar se usa realmente astarifas”, afirma.Maria Inês Dolci também orienta o consumidor a acompanhar aevolução e negociar com os bancos a redução dos valores ouprocurar a instituição que melhor atenda as suas necessidades. Essetipo de comportamento estimularia a concorrência no setor. Mas comofazer isso sem conhecer a tabela de tarifas? O consumidorpode acessar na página do Banco Central  informações sobre todas asnovas regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Com alista de tarifas que podem ser cobradas pelos bancos em mãos fica maisfácil pesquisar e saber quais são os direitos dos clientes bancários. Para saber o valor dastarifas cobradas, os correntistas podem consultar também o site daFederação Brasileira dos Bancos (Febraban) ou as próprias instituições bancárias diretamente. O Banco Central e institutos de defesa do consumidor concordam que a desinformação e a falta de hábito de grande parte dos correntistas deconferir os dados lançados no extrato são os dois principaisfatores que impedem o cidadão de pesquisar as instituições bancáriasque oferecem as menores tarifas. Para a supervisora de pesquisas do Procon-SP, Cristina Rafael Marinussi, oconsumidor só deve pagar por uma tarifa quando for necessário etentar usar apenas o que é gratuito. “Existe um rol maior de produtos e serviços bancários que são gratuitos,que são os chamados serviços essenciais. O que acaba favorecendo oconsumidor que tiver um bom controle do orçamento”,afirmou. Ela acrescentou que, atualmente, em muitas situações, é mais baratopagar individualmente cada tarifa do que aderir a um pacote. “Antes, oconsumidor pagava um pacote com vários serviços que ele não utilizava”,lembra.Um pacote com o perfil básico, por exemplo, dá direito a um talão decheque especial gratuito com 10 folhas por mês. Permite também,mensalmente, duas transferências de valores,quatro saques e dois extratos gratuitos em terminal de auto-atendimento. "Com esse perfil, ele consegue economizar. Infelizmente, a gente temque sempre bater na mesma tecla porque o consumidor não para umpouquinho para pensar nisso e muitas vezes nem controla as tarifas quesão debitadas."Em caso de irregularidades, a orientação do Banco Central é que, emprimeiro lugar, o correntista procure a ouvidoria da instituiçãofinanceira. "Reclame no banco porque nós estamos olhando a ouvidoria.Isso faz com que os bancos andem nos trilhos”, disse o chefe-adjunto do Departamento de Normas do SistemaFinanceiro do Banco Central, Sérgio Odilon dos Anjos.Caso oproblema não seja resolvido, o cliente bancário pode procurar uminstituto de defesa do consumidor e registrar a reclamação no BancoCentral.